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Invepar adia decisão sobre RJ e segue negociando com credores

InveparA Assembleia Geral Extraordinária de acionistas da Invepar adiou por mais 19 horas a retomada das discussões sobre um eventual pedido de Recuperação Judicial (RJ), capaz proteger a empresa contra ações hostis de seus credores. A AGE tinha suspendido os trabalhos na última sexta-feira (13/6), planejando retomá-los às 18hs desta segunda-feira (16/6), mas uma nota divulgada hoje pela empresa informou uma nova data para a retomada. “A Invepar informa que a AGE de acionistas, por unanimidade, deliberou pela suspensão dos trabalhos, ficando designada a data de 17 de junho de 2025, às 13h, para a retomada”, diz a nota.
Ao mesmo tempo em que mantém à mão a possibilidade de pedir a RJ, a empresa segue negociando com seus credores. O BR Partners, banco de investimento contratado pela companhia para liderar sua reestruturação financeira, estaria muito próximo de conseguir um acordo com os credores para um stand still (acordo de suspensão dos pagamentos) de 60 dias. O acordo já teria a anuência de credores que representam mais de 80% da dívida.
As dívidas da empresa somam cerca de R$ 1,5 bilhão. Seu principal credor é o fundo soberano Mubadala, do governo de Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes Unidos), detentor de debêntures cujo valor é estimado entre R$ 325 milhões e R$ 350 milhões. Também o Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e BDMG, além dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef são debenturistas da empresa e não estão recebendo remunerações por seus papéis.
A Invepar, criada no ano 2.000 como uma holding para atuar na área de infraestrutura, é controlada pelos três principais fundos de pensão brasileiros, que possuem juntos uma participação de 75,6% do seu capital. A Previ detém uma participação de 25,6%, a Petros de 25% e a Funcef de 25%, sendo que os 24,4% restantes estão nas mãos do Fip Yosemite (formado por antigos credores da OAS, a quarta sócia original), com gestão da Monte Capital. Os principais ativos da Invepar, atualmente, são as operações do Aeroporto Internacional de Guarulhos e a Linha Amarela, do Rio de Janeiro.