As empresas captaram R$ 43,1 bilhões no mercado de capitais em janeiro, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Trata-se do melhor resultado para o mês na série histórica iniciada em 2012, representando mais do que o dobro (103,2%) do contabilizado em janeiro do ano passado.
Do total captado no mês, R$ 28,5 bilhões vieram das debêntures, o patamar mais alto dessa classe no mês, acima do janeiro anterior em 243,5%, com os recursos destinados principalmente para investimentos em infraestrutura (45,0%). Os principais subscritores foram os intermediários e demais participantes ligados à oferta (64,8%) e os fundos de investimento (26,7%). O prazo médio das captações atingiu 10,6 anos, o nível mais alto dos últimos 15 meses.
As notas comerciais também registraram o melhor janeiro (R$ 1,5 bilhão), superando em 27,4% o valor do mesmo mês em 2024.
Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) totalizaram R$ 3,5 bilhões, com aumento de 8,8% em relação a janeiro passado. Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) aparecem em seguida, registrando R$ 3,2 bilhões, o que representa uma redução de 14,0%. Já os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) tiveram um janeiro recorde e atingiram R$ 2,2 bilhões, com alta de 42,9%.
Nos fundos híbridos, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) movimentaram R$ 2,8 bilhões e os Fiagros chegaram a 1,0 bilhão no período.
No mercado externo, as ofertas de renda fixa somaram US$ 3,0 bilhões, com metade desse volume correspondendo a emissões com prazos entre 6 e 10 anos.
“O ambiente macro, com juros nos atuais níveis e sem surpresas adicionais de crédito, continua impulsionando os instrumentos de renda fixa, que se consolidaram como uma alternativa importante na estratégia de financiamento das companhias e devem continuar sendo predominantes ao longo do ano”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.