O Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), composto por 26 economistas de instituições associadas à entidade, prevê que os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) elevarão a Selic em 1 ponto percentual (pp) na próxima reunião do órgão, que acontece nesta quarta-feira (29/1). Na sequência, segundo o grupo de economistas da Anbima, o Copom elevará a taxa básica de juros em 1 pp na reunião de março e em 0,50 pp nas duas reuniões seguintes, alcançando 15,25% em junho e permanecendo nesse patamar até o final de 2025.
O grupo reviu suas projeções para a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidos Amplo), passando de 4,8% para 5,6% ao final deste ano, refletindo as preocupações do mercado diante da política fiscal expansionista do governo. Nesse patamar, a inflação fica ainda mais distante do teto da meta (4,5%).
“Além da forte desvalorização do real nos últimos meses e as incertezas no cenário externo, houve uma deterioração das expectativas fiscais e de inflação”, diz vice-coordenador do grupo, David Beker.
No câmbio, a estimativa para o dólar também foi revisada, passando de R$ 5,80 para R$ 6,10 até o final deste ano. E o PIB deve crescer 1,96% em 2025, com mais força no primeiro trimestre, refletindo dados positivos do agronegócio, o reajuste do salário mínimo e o pagamento de benefícios.
Na análise da política fiscal, a projeção é de que dívida bruta do setor público será de 81% do PIB em 2025. Já a estimativa para o déficit primário foi revisada de 0,72% para 0,63% do PIB.