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Empresas captaram R$ 541 bi em 9 meses, de janeiro a setembro

finanças.jpgA captação das empresas no mercado de capitais somou R$ 541,9 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), é o maior volume para o período na série histórica iniciada em 2012 e supera em 15,9% o total captado no ano de 2023.
“O resultado evidencia a robustez do mercado de capitais brasileiro, com um crescimento sustentável puxado pela renda fixa e com recordes em vários instrumentos. O cenário externo, com a recente queda dos juros nos EUA, e o interno, com a expectativa de elevações na Selic, indicam que esses produtos continuarão ganhando espaço”, afirma César Mindof, CEO do ABC Brasil Investment Bank e diretor da Anbima.
As emissões de debêntures somaram R$ 315,6 bilhões, batendo recorde para o período e superando em 33,4% o valor registrado em todo o ano passado. Os recursos foram destinados principalmente para investimentos em infraestrutura e gestão ordinária, ambos com uma fatia de 26,2% do total. Na análise por setores, energia elétrica lidera as captações (23,5%), seguido de Transporte e Logística (13,6%) e Saneamento (8,6%). Os fundos de investimento foram os principais subscritores, respondendo por 47,8% do volume.
Outro dado relevante é o patamar alcançado no mercado secundário. O volume de debêntures negociado de janeiro a setembro (R$ 531,3 bilhões) é recorde para esse intervalo e já ultrapassa em 19,4% o valor contabilizado em 2023 inteiro.
As notas comerciais também se destacaram, com R$ 34,6 bilhões, recorde para o período e com um crescimento de 23,9% em relação a 2023 completo. As empresas de capital fechado e limitadas responderam por 79,9% do volume de emissões de janeiro a setembro.

Securitização - As emissões de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) somaram R$ 48,3 bilhões, volume que já ultrapassa em 16,3% o ano de 2023 inteiro, distribuídos em 625 operações. Esse número corresponde a 31,6% da quantidade total de operações.
Ainda entre os instrumentos de securitização, as ofertas de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) bateram recorde de janeiro a setembro, totalizando R$ 43,6 bilhões, e as de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) somaram R$ 28,9 bilhões, com crescimento de 17,0% ante o mesmo período no ano passado.
Na análise dos títulos isentos (debêntures incentivadas, CRIs, CRAs e CDCAs), os valores subscritos por pessoas físicas de janeiro a setembro (R$ 49,4 bilhões) já fazem de 2024 o segundo melhor ano da série histórica, atrás apenas de 2023 fechado (R$ 61,3 bilhões). Em quantidade, o número de subscritores pessoas físicas (616 mil) está ainda mais próximo do contabilizado no ano passado inteiro (638 mil) -vale lembrar que a mesma pessoa física pode ser subscritor em mais de uma operação.
Entre os instrumentos híbridos, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) captaram R$ 36,2 bilhões nos primeiros nove meses do ano, 19,9% acima do volume de 2023 inteiro.

Mercado externo - As emissões de renda fixa no mercado externo alcançaram US$ 17,6 bilhões de janeiro a setembro, superando 2023 inteiro (US$ 15,5 bilhões). A maior parte do volume (69,3%) corresponde a emissões com prazo de 6 a 10 anos.
As empresas responderam pela maior fatia do montante (US$ 9,3 bilhões), com a República aparecendo em seguida (US$ 6,5 bilhões).