O Comitê de PolÃtica Monetária (Copom) do Banco Central definiu nesta quarta-feira (19/6), por unanimidade, a manutenção da Selic em 10,50% ao ano. A decisão representa uma mudança na polÃtica recente de redução dos juros na taxa básica da economia. Votaram a favor da manutenção da Selic tanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quanto os oito diretores da instituição.
A taxa vinha de sete reduções consecutivas nos últimos meses. De agosto de 2023 a março desse ano, a queda da Selic foi de 0,5 ponto percentual por reunião. Em maio último o corte caiu para 0,25 pp, após uma votação apertada que contou com cinco votos a favor desse percentual e quatro defendendo um corte maior, de 0,50 pp.
Comunicado divulgado pelo Copom após a decisão unânime diz que “o ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da polÃtica monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos paÃses. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de paÃses emergentes".
Sobre o cenário econômico interno, o comunicado aponta que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado. A inflação cheia ao consumidor tem apresentado trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes".
O Comitê também aponta fatores de risco nos cenários para inflação, em ambas as direções, destacando entre os riscos de alta: (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Já entre os riscos de baixa: (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
"Ressalta, ademais, que a polÃtica monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta", encerra.