O Ibovespa, principal Ãndice da B3, registrou queda de 3,04% no mês de maio e de 9,01% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, com o indicador fechando aos 122.098,09 pontos na sexta-feira (31/5), último pregão do mês passado. Influenciaram o desempenho negativo do Ãndice tanto fatores ligados ao cenário interno quanto externo.
Do lado interno, aumentaram as incertezas em relação ao cumprimento da meta fiscal pelo governo federal, principalmente após a divulgação dos elevados aportes que serão necessários à recuperação da economia do Rio Grande do Sul, inundado pelas chuvas. Além disso, a redução do ritmo de corte dos juros pelo Copom na última reunião do Copom, votado em 0,25 ponto percentual, também não estimulou os investidores à irem à bolsa. E as perspectivas de corte da Selic para as próximas reunião do Copom, que são de um novo corte de 0,25 pp ou até da Selic manter-se em 10,25%, também não estimulam a bolsa.
Por último, o Ãndice também foi prejudicado pela volatilidade de algumas grandes empresas de capital aberto em maio. É o caso de Vale e Petrobras, a primeira afetada pela queda do preço do minério de ferro na China, seu principal comprador, e a segunda, pela troca do seu presidente, com Jean Paul Prates sendo substituÃdo por Magda Chambriard. As duas situações truxeram intranquilidade para os investidores em maio.
Por último, do lado externo, o Ibovespa foi prejudicado pela indefinição das taxas de juros nos Estados Unidos, com falas de membros do Federal Reserve (Fed) ressaltando em várias ocasiões as dificuldades do órgão em iniciar uma polÃtica de corte dos juros naquele paÃs. Isso devido à inflação resiliente, ao mercado de trabalho aquecido e ao nÃvel de consumo alto. O Fomc, o comitê do Fed que decide o nÃvel das taxas de juros nos EUA, reúne-se entre os dias 11 a 12 de junho, mas analistas acreditam que não haverá cortes nessa reunião. Os cortes, se vierem ainda em 2024, serão mais para o final do ano. Isso em nada ajudou as bolsas em maio e em nada ajudará nos próximos meses.