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Ofertas no mercado de capitais recuaram 38% no primeiro trimestre

grafico negativoAs empresas brasileiras levantaram R$ 66 bilhões no mercado de capitais ao longo do primeiro trimestre de 2023, um recuo de 38,2% em relação ao volume registrado no mesmo período do ano passado. “O primeiro trimestre deste ano foi marcado por muita volatilidade e alta dos juros, o que se refletiu em um menor movimento do mercado de capitais em geral, tanto na renda fixa, mas, principalmente, na renda variável”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
De acordo com a entidade, a maior parte dos instrumentos apresentou queda na comparação das emissões realizadas no primeiro tri de 2022 com o mesmo período deste ano. As exceções foram os produtos híbridos entre renda fixa e variável, como os Fiagros e os fundos imobiliários, que saltaram de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,8 bilhões (alta de 46,8%) e de R$ 2,6 bilhões para R$ 3,5 bilhões (alta de 36%), respectivamente.
Entre os instrumentos de renda fixa, as debêntures tiveram queda de 34,5% na comparação dos dois períodos. Mas no mercado secundário as negociações de debêntures avançaram 40% na comparação dos dois trimestres. “Esse é um indicador da maturidade do mercado local. Com a liquidez no secundário, as empresas têm mais segurança em fazer suas emissões, já que em momentos de volatilidade há possibilidade de negociação do papel”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Em relação aos demais instrumentos de renda fixa, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) mantiveram-se estáveis na comparação dos dois períodos, mas os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e as notas comerciais apresentaram quedas de 21,1% (para R$ 5,4 bilhões) e de 65,5% (para R$ 3,3 bilhões), respectivamente.
Na renda variável, foi realizado apenas um follow-on (oferta subsequente de ações) no primeiro tri de 2023, movimentando R$ 3,3 bilhões, em comparação com oito realizados no mesmo período de 2022, somando R$ 11,3 bilhões.
Segundo a CVM, mais da metade do volume de operações (61%) já foram realizadas de acordo com a Resolução CVM 160, a nova norma de ofertas públicas. O restante das operações ainda seguiram as regras até então vigentes, que encerraram-se neste ano.