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Agosto registra alta de 60% nas emissões do mercado de capitais

LaloniJoseEduardoO volume de emissões do mercado de capitais cresceu 60% em agosto na comparação com o mês anterior, atingindo R$ 32,5 bilhões segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No acumulado dos oito primeiros meses do ano, entretanto, houve redução de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com as ofertas totalizando R$ 351 bilhões — a queda poderá ser acentuada uma vez que há ofertas de R$ 10,2 bilhões e R$ 12,7 bilhões em andamento e em análise, respectivamente, sem considerar as de ações.
Das emissões de agosto, a renda fixa respondeu por 96% (R$ 31,9 bilhões), na maior participação do segmento em um único mês desde setembro de 2018. “Mesmo com a possibilidade do ciclo de alta dos juros não se prolongar nos próximos meses, o elevado patamar das taxas ainda deverá manter atrativas as condições dos papéis de renda fixa no mercado primário, por conta do forte fluxo de investidores para o segmento”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
Ainda em agosto, as emissões de debêntures 66% (R$ 21,6 bilhões), em linha com a média do acumulado de janeiro a julho. No ano, o volume captado com esses títulos de dívida privada somou R$ 180,2 bilhões, um crescimento de 31% em relação aos R$ 137,5 bilhões ofertados de janeiro a agosto de 2021.
O destaque é o aumento da participação dos fundos de investimento como subscritores no acumulado de janeiro a agosto: 42,8%, ante 36,5% no mesmo período de 2021. O crescimento, entretanto, foi insuficiente para ultrapassar a parcela dos intermediários e demais participantes ligados à oferta, que se mantêm como os principais subscritores nas ofertas públicas de debêntures (45,7%). Investidores institucionais (6,7%), pessoas físicas (4,7%) e investidores estrangeiros (0,1%) aparecem em seguida.
Na renda variável, não houve registro de operação no mercado doméstico em agosto. A última oferta ocorreu em julho, com um follow-on de R$ 30,9 bilhões da Eletrobrás. No ano, até agosto, as captações somam R$ 49,7 bilhões, sendo R$ 406 milhões em IPOs e R$ 49,3 bilhões em follow-ons.
Os investidores estrangeiros reduziram em mais de 10 pontos percentuais a participação na subscrição de ações, passando de 35,9% para 25,8% entre janeiro e agosto deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado.
Também no mercado externo não foi registrada nenhuma operação em agosto, assim como ocorreu em julho. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, foram contabilizadas 12 operações, que somaram a US$ 5 bilhões em renda fixa e US$ 125 milhões em renda variável.