A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar nesta quinta-feira (21/7) a taxa de juros em 0,50 pontos percentuais pegou de surpresa o mercado internacional, que esperava uma alta de 0,25 pontos. A alta dos juros europeus, instrumento para tentar segurar a inflação no velho continente, fez recuar o dólar e subir as bolsas internacionais, e trouxe reflexos equivalentes no Brasil. Aqui, o dólar comercial fechou a R$ 5,4970, com alta de 0,64%, e o Ibovespa aos 99.033 pontos, subindo 0,75%.
No Brasil, além do impacto da alta dos juros europeus, a primeira dos últimos 11 anos, fatores polÃticos locais também contribuÃram para a instabilidade que resultou na subida da moeda norte-americana, assim como impediram que a alta do Ibovespa, o principal Ãndice da B3, fosse maior.
Os mercados regiram com nervosismo à s respostas dadas pela diplomacia norte-americana e inglesa, além de um conjunto de outras instituições representativas da sociedade civil, à s crÃticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à s urnas eletrônicas, na última segunda-feira (18/7). Em encontro com diplomatas estrangeiros na sede do Palácio do Alvorada, o presidente colou em dúvida a confiabilidade das eleições brasileiras. Rapidamente dezenas de instituições da sociedade civil brasileira, assim como a diplomacia dos Estados Unidos e da Inglaterra nos dias seguintes, vieram à público com notas de apoio à s eleições brasileiras, defendendo o uso das urnas eletrônicas.
As acusações de Bolsonaro seguidas das rápidas respostas divulgadas por dezenas de organismos da sociedade civil brasileira, assim como notas de diplomacias estrangeiras, fazem prever um clima de confrontos polÃticos, que podem sair do controle, durante os próximos meses, até as eleições. A instabilidade provocada por esse clima de confronto vai estar presente em toda a movimentação do mercado de capitais nos próximos dois meses e meio.