Com a Selic na mínima histórica de 4,25% após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ter promovido no dia 5 de fevereiro o último corte, de 0,25 ponto percentual, do atual ciclo de afouxamento monetário, a classe de renda fixa está cada vez mais em desprestigio junto aos investidores. Apenas em janeiro os fundos que investem em títulos públicos e privados perderam R$ 19,4 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
“Já estamos no quarto mês consecutivo em que os investidores resgatam mais do que aportam nos fundos de renda fixa. Esse comportamento reafirma a busca por alocações menos conservadoras no cenário de juros baixos. Com a nova queda da Selic esta semana, a tendência é que o cenário se mantenha”, afirma Carlos André, vice-presidente da associação, em nota. No acumulado dos últimos doze meses, a classe registra saídas da ordem de R$ 91,4 bilhões.
A indústria de fundos teve no primeiro mês do ano uma captação líquida de R$ 6,1 bilhões, bem abaixo dos 22,3 bilhões em igual período do ano passado. Com a entrada massiva de investidores na bolsa de valores, a classe de renda variável foi o destaque positivo de janeiro, com captação líquida de R$ 21,3 bilhões, o maior valor já registrado para o período. Também tiveram captação relevante os multimercados (R$ 8,7 bilhões) e em menor intensidade os fundos de previdência (R$ 1,3 bilhão).
Classe Anbima | Janeiro 2020 |
Renda Fixa | -19.408,0 |
Ações | 21.281,4 |
Multimercados | 8.674,2 |
Cambial | 75,9 |
Previdência | 1.336,7 |
ETF | 2.752,3 |
FIDC | -8.452,9 |
FIP | -91,3 |
Total Doméstico | 6.168,4 |