As ações da Petrobras, como tem sido comum ao longo de 2018, foram mais uma vez as que receberam o maior número de recomendações de bancos e corretoras em suas carteiras sugeridas para o mês de novembro. De onze casas, sete incluiram os ativos da petroleira em seus portfólios recomendados aos clientes. Foram considerados para o levantamento as carteiras do BB Investimentos, Coinvalores, Elite, Genial, Guide, Magliano, Mirae, Planner, Socopa, Spinelli e XP. Também tiveram destaque, com seis indicações, as ações da B3, e com cinco, as do Pão de Açucar.
O analista-chefe da XP, Karel Luketic, aponta, em relatório, que apesar de seguir cauteloso em relação aos fundamentos da Petrobras após a greve dos combustíveis, três pontos embasam a inclusão das ações na carteira da corretora: adquirir exposição a uma possível melhora de sentimento com maior visibilidade no cenário para as eleições; potencial aprovação do projeto de lei da Cessão Onerosa; e a continuidade efetiva da política de preços de combustíveis no curto prazo mediante o pagamento de subsídios.
Já o analista-chefe da Spinelli, Glauco Legat, lembra que após a valorização do preço do petróleo nos últimos meses, o risco político da Petrobras tende a ser mitigado com a chegada de um novo governo, “que desejará mostrar serviço frente aos governos anteriores”, escreve o analista.
No entanto, prossegue Legat, se antes o risco era político em função dos desdobramentos da Lava-Jato, hoje a volatilidade da companhia está associada à nomeação do próximo presidente da Petrobras. “É notório que há uma disputa interna no governo Bolsonaro: de um lado o economista Paulo Guedes e sua visão liberal e, do outro, o campo militarista, com seus pensamentos estatais estratégicos. Vale aguardar, portanto, quais os rumos da estatal neste campo”. Apesar do prognóstico, o profissional da Spinelli ressalta que a expectativa da corretora é por melhorias nos resultados da petroleira, e, “até dado momento, estamos otimistas com a empresa”.