O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (19/3), por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Em comunicado, o Copom apontou como principais motivos da decisão as incertezas do cenário externo, relacionadas à política econômica nos Estados Unidos e seus efeitos sobre a postura do Banco Central dos EUA (Fed), e também o dinamismo da economia brasileira, apesar de já aparecerem sinais de incipiente moderação no crescimento.
A elevação da Selic em 1 ponto percentual já era amplamente esperada pelo mercado financeiro, além de ter sido anunciada no comunicado do órgão divulgado após sua última reunião. Essa foi a quinta alta seguida da Selic, que está no maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano.
O mandato do Banco Central é atuar no controle da inflação. Segundo o comunicado divulgado nesta quarta-feira, “as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente”.
O comunicado afirma ainda que “persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada; e (ii) um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais”.
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