A BlueLine Asset, gestora independente que recebeu capital de investimentos do Itaú ao final de 2021 (seed money + capital de giro), postou nesta terça-feira um comunicado em seu site anunciando o fim de suas operações. “Após uma análise criteriosa do cenário econômico e das condições de mercado, o comitê executivo da empresa decidiu pela descontinuidade de suas operações”, anuncia o comunicado.
Fundada em maio de 2019 pelos ex-executivos do J.P.Morgan, Giovani Silva e Fábio Akira, que atuavam respectivamente como CIO e head de economia, a BlueLine aparece no ranking de gestoras da Anbima, de outubro último, com R$ 317 milhões sob gestão. Desse total, R$ 303 milhões eram de fundos multimercados, R$ 9,48 milhões de fundos de ações e R$ 5,38 milhões de fundos de previdência. Segundo o comunicado da BlueLine, a decisão de encerrar as operações “foi tomada após uma profunda reflexão sobre os desafios estratégicos e conjunturais enfrentados pela instituição”.
Entre os desafios conjunturais que levaram ao encerramento das operações da gestora está, certamente em primeiro lugar, a fuga dos investidores das aplicações em multimercados, que eram o foco de atuação da BlueLine . No relatório de captações feito mensalmente pela Anbima, os multimercados aparecem com resgates líquidos de R$ 24,3 bilhões apenas no mês de novembro, perdas que sobem para R$ 324,2 bilhões quando se consideram os onze meses do ano.
A gestora afirma em seu comunicado que “o processo de encerramento será conduzido de forma meticulosa e ética, assegurando a total transparência na liquidação dos ativos sob gestão, o tratamento equânime e foco na proteção de capital dos cotistas”.