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Para economistas da Anbima, Selic não deve cair mais neste ano

David Beker Bank of AmericaO Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), formado por 25 economistas de instituições associadas, manteve a projeção de que a Selic deve encerrar 2024 em 10,50%. Para os economistas do grupo, o Copom (Comitê de Política Monetária) não deve retomar o ciclo de queda na taxa básica de juros nas quatro reuniões que restam até dezembro.
O grupo também revisou para cima a projeção da inflação de 2024, elevando em 0,1 ponto percentual o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) projetado em sua última reunião, que passa de 3,9% para 4%. Com isso, o índice fica mais distante do centro da meta (3%) e próxima do teto (4,5%) estipulado para este ano.
“As chances de corte dos juros americanos neste semestre aumentaram e, quando isso acontecer, haverá redução na pressão sobre a curva de juros nos mercados emergentes. No entanto, existem dúvidas sobre a trajetória da Selic devido ao quadro fiscal e à inflação, que ainda permanece acima do centro da meta”, afirma David Beker, vice-presidente do grupo.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 5,20 para R$ 5,30 em razão, principalmente, das incertezas domésticas sobre a política fiscal e a inflação.
A projeção de crescimento do PIB ficou praticamente estável, variando de 2,20% para 2,25%.

Juros nos EUA - Os economistas estão mais otimistas com o cenário externo, sobretudo em relação à redução dos juros nos Estados Unidos. Os indicadores mostraram desaceleração da inflação, aumentando as expectativas de que o Fed, o banco central americano, inicie o afrouxamento monetário a partir de setembro.
Na análise da política fiscal interna, a previsão para o déficit primário de 2024 foi reduzida de 0,70% para 0,63% do PIB, reflexo das medidas de bloqueio e contingenciamento anunciadas recentemente pelo governo federal. Já a estimativa para a dívida bruta do setor público passou de 77,6% do PIB para 77,7%.