A indústria de fundos de investimento fechou o 1º semestre de 2023 com resgates líquidos de R$ 205 bilhões. É a segunda vez desde 2002, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que o setor fecha esse período com captação líquida negativa.
Todas as classes de fundos apresentaram resgates líquidos no 1º semestre, com exceção dos FIPs (Fundos de Investimento em Participações), que tiveram captação líquida de R$ 8,2 bilhões, e dos ETFs (Exchange Traded Funds), com R$ 370,1 milhões.
A renda fixa, multimercados e ações lideram o movimento de saída e fecharam o período com saldos negativos de , respectivamente, R$ 109,9 bilhões, R$ 53,7 bilhões e R$ 38,5 bilhões. A renda fixa foi a classe que apresentou a maior queda na comparação com o primeiro semestre de 2022, quando teve captação líquida positiva de R$ 101,9 bilhões.
“O resultado da captação no 1º semestre é consequência de uma maior aversão ao risco e da atratividade de produtos bancários e isentos de IR, dadas as condições macroeconômicas no período – como a taxa de juros alta e as incertezas políticas e econômicas”, lembra o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge.
Mesmo com a captação líquida negativa no semestre, o setor continuou a avançar em outras frentes: além de ganhar cerca de 2 mil novos fundos e 4 milhões de novas contas, a rentabilidade positiva dos principais tipos de fundos permitiu que o patrimônio líquido da indústria chegasse a R$ 7,75 trilhões.