Mainnav

Fundo de Infra da Vinci começará com R$ 1 bilhão do BNDES e BNB

Marcelo Rabbat Vinci1A Vinci Partners foi selecionada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em edital deste ano, para montar um fundo de infraestrutura com foco principal em energias renováveis. O fundo, o segundo produto de crédito com o mesmo tema lançado pela casa em parceria com o BNDES e o sexto de sua prateleira de crédito de longo prazo, é direcionado exclusivamente para investidores institucionais.
É um FI-Infra de renda fixa, que aplicará em debêntures incentivadas de infraestrutura e já começará “vitaminado” por um patrimônio de R$ 1 bilhão e expectativa de atingir pelo menos R$ 2 bilhões após captações no mercado, explica Marcelo Rabbat, sócio da gestora.
O BNDES, cujo processo de aprovação ainda precisa passar pela etapa final, de diligência confirmatória, deverá entrar com uma parcela de R$ 500 milhões nesse fundo, enquanto o BNB, cujo processo já está 100% finalizado, entrará com outros R$ 400 milhões. Os R$ 100 milhões restantes serão integralizados pela própria gestora.
O BNB é o principal sponsor porque seu capital comprometido nesse edital é de R$ 800 milhões, dos quais metade será destinada a esse fundo de crédito e outra parcela, também de R$ 400 milhões, será voltada a estruturar um FI-Infra voltado para o mercado de capitais, listado em bolsa, e que será lançado mais adiante.
Ao ser aprovada nos processos de seleção das duas instituições, a gestora conseguiu unir na mesma carteira os recursos dos dois principais patrocinadores desse mercado, afirma Marcelo Almeida, sócio fundador e responsável pela gestão de crédito. “Os editais foram bastante competitivos, com gestores de qualidade; são iniciativas fundamentais para alavancar o valor a ser investido em infraestrutura e atrair uma massa expressiva de capital de longo prazo para o setor”, diz.
O novo fundo é muito similar ao primeiro produto do tipo lançado em parceria com o BNDES, que terminou sua captação em 2018 e acabou de investir em 2021. Essa carteira hoje tem patrimônio de R$ 600 milhões e vinte investidores institucionais entre fundos de pensão e seguradoras. “A diferença é que o fundo anterior é um FIDC e agora decidimos inovar o modelo e lançar uma carteira de FI-Infra enquadrado como renda fixa, o que simplifica o processo de investimento para as fundações”, afirma Rabbat.
Esse desenho “é a cara do institucional”, praticamente um no brainer, segundo o gestor, uma vez que tem excelente risco de crédito e indexador em inflação, igual ao dos passivos e aderente aos estudos de ALM das fundações. O fundo tem prazo de 15 anos e expectativa é gerar retornos de 200 a 300 pontos-base acima das NTN-Bs de mesmo duration.
O portfolio terá limite entre 10% e 20% para a exposição por emissor e mira um total de 20 a 30 ativos, detalha Almeida. “A abordagem será multissetorial em infraestrutura mas com preponderância de ativos ligados à geração de energias eólica, solar e hídrica, além de um pouco de transmissão, eficiência energética e água e saneamento,além de poder incluir uma parte de investimentos greenfield”, diz.
A carteira terá 100% de aderência ESG (padrões de sustentabilidade ambiental, social e de governança) e seu rating mínimo inicial será A, de acordo com a classificação das três maiores agências internacionais. A expectativa é, gradualmente, ter um mix de ativos com ratings entre single A, duplo A e triplo A.