A BlackRock anunciou nesta terça-feira o encerramento da captação do fundo Climate Finance Partnership (CFP), com US$ 673 milhões captados junto a investidores institucionais públicos e privados. O fundo, cujos recursos serão destinados a financiar projetos de infraestrutura energética em mercados emergentes que ajudem a acelerar a transição global para uma economia neutra em carbono, tinha uma meta inicial de captação de R$ 500 milhões.
Entre os principais cotistas do fundo encontram-se instituições governamentais de fomento como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Japonês para a Cooperação Internacional (JBIC), a alemã KfW Development Bank, a Grantham Environmental Trust e a Quadrivium Foundation, que aportaram um total de US$ 130 milhões. Do lado privado, aportaram recursos a TotalEnergies, uma petroleira que tem se posicionado cada vez mais como uma empresa multienergias, além de gestores como a própria BlackRock, a AXIS Capital, AP2, AXA, Dai-ichi Life Insurance, E.ON, Finnish Church Pension Fund, Mitsubishi UFJ Morgan Stanley, Mizuho Bank, MUFG Bank, the Richter Family Office, Standard Chartered Bank, Sumitomo Life e um grande fundo de pensão europeu. O aporte das privadas somou US$ 523 milhões.
Segundo o vice-presidente da BlackRock, Philipp Hildebrand, cada dólar dos bancos de desenvolvimento público e das organizações filantrópicas conseguiu atrair quatro dólares de capital de investidores institucionais. “Isso mostra o poder da inovação público-privada no caminho para a energia limpa em países emergentes da Ásia, América Latina e África”, diz o executivo.
O fundo pretende investir nas seguintes áreas de infraestrutura energética: (i) geração de energia ligada à rede e/ou de energia renovável distribuída; (ii) eficiência energética, incluindo os setores residencial, comercial e/ou industrial; (iii) soluções de transmissão ou armazenamento energético; e (iv) emissões ultrabaixas ou serviços de transporte e mobilidade eletrificados.
O BlackRock Investment Institute estima que o planeta necessita investir US$ 1 trilhão por ano em projetos de baixo carbono nos países em desenvolvimento, a fim de alcançar uma transição justa para uma economia global neutra em carbono. Isso ocorre porque os mercados emergentes respondem por uma parcela cada vez maior das emissões globais, em razão do crescimento populacional e do desenvolvimento econômico.
“Alcançar uma transição justa para uma economia net zero até 2050 exige planejamento de longo prazo e coordenação estreita entre os setores público e privado”, afirma o CEO da BlackRock, Larry Fink.
O fundo Climate Finance Partnership terá a gestão da BlackRock Real Assets, através da sua equipe de Global Renewable Power, que investe em mais de 300 projetos em todo o mundo, incluindo geração eólica e usinas fotovoltaicas. A BlackRock Real Assets tem a gestão de cerca de US$ 12 bilhões em capital investido e comprometido na área de energia renovável.