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Congresso da Anbima discute investimentos no exterior

Os investimentos no exterior têm caído no gosto dos brasileiros, que gradualmente estão ampliando a parte das suas reservas alocadas em estruturas de investimentos externos. Para discutir o tema o Anbima Summit, evento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, reuniu nesta quarta-feira (27/10) representantes de gestoras e especialistas no tema.
O Brasil está atrasado e a penetração de investimentos internacionais na sociedade ainda é pequena, considerou Roberto Lee, CEO da Avenue Securities. “Mas a atração é crescente e acelerada. São, atualmente, cerca de 500 mil brasileiros com exposição direta aos mercados americanosâ€, informou. Lee disse que os acessos aos investimentos no exterior estão se tornando mais acessíveis ao público de varejo.
Para Daniel Celano, country head da Schroders Brasil, os diferentes reguladores, como CVM, Susep e Previc, poderiam harmonizar suas respectivas legislações sobre o tema, conferindo mais flexibilidade para os investidores locais.
Já Marcus Vinicius Gonçalves, CEO da Franklin Templeton Brasil, afirmou que a indústria precisa reduzir os custos ao investidor, de forma a criar escala. Ele lembrou que para popularizar os investimentos no exterior é necessário atacar esse problema.
O aspecto da educação financeira foi lembrado por George Kerr, country head da Compass Brasil. Ele lembrou que é necessário democratizar a educação financeira e explicar os benefícios trazidos pelos investimentos no exterior. “A indústria tem que focar e ajudar a explicar o que quer dizer investimento internacionalâ€, disse Kerr.
“Investimento no exterior não é bicho de sete cabeçasâ€, analisou Giuliano De Marchi, responsável pela área de asset management do J. P. Morgan para América Latina. Segundo ele, “aqueles que não estão investindo no exterior estão deixando dinheiro na mesaâ€.
Mais do que um retorno diferenciado, o investimento no exterior permite a construção de uma carteira mais equilibrada em termos de risco e retorno, o que é especialmente verdadeiro para os mercados emergentes, analisou a professora Scheherazade Rehman, da Universidade de George Washington. Ela lembrou que quando os países emergentes são atingidos por crises, os investidores domésticos tendem a sofrer mais nos mercados isolados, nos quais a recuperação pode levar anos em vez de meses.
A professora lembrou que, além dos benefícios para os investidores, a aplicação no exterior cria oportunidades de funding para empresas, barateia o financiamento e aumenta a transparência do mercado. Mas também apontou os riscos, como os digitais, ligados à cibersegurança. Afirmou que a indústria de serviços financeiros deve reconhecer que os hackers sempre acharão um modo de explorar vulnerabilidades, e apesar dos “firewall†o comportamento humano é a parte mais fraca da cibersegurança.