Com R$ 4 bilhões alocados em gestores globais, a Vinci Partners aposta na proximidade com seus parceiros internacionais para aumentar a performance dos seus fundos de fundos (Fofs) voltados à clientes institucionais. “Começamos a estudar o assunto da alocação internacional há sete anos e percebemos que seria inconcebÃvel operar no mercado global apenas daqui, até porque os melhores gestores estão lá de fora; isso nos motivou a montar escritório em Nova York para ter acesso aos melhores fundos-espelho globaisâ€, diz o sócio Marcelo Rabbat.
A Vinci mantém um Fof que aloca atualmente em doze gestores globais e busca retorno de inflação mais 6%, rentabilidade compatÃvel com a necessidade atuarial das fundações. “Este ano a meta das fundações baseadas em IPCA vai dar 14% nominais, mas não há nada que chegue perto disso no mercado localâ€, observa Rabbat. Segundo ele, existem muitos fundos de pensão locais, assim como RPPS, que já bateram no limite legal de 10% dos ativos no exterior e pleiteiam um aumento desse limite. “Afinal, são as alocações no exterior que estão segurando os resultados desse ano em muitas dessas entidadesâ€, diz.
Segundo Antonio Mayer, responsável pelo time da Vinci em Nova York, a participação de exterior nas alocações dos fundos de pensão brasileiros ainda é muito baixa, representando cerca de 4% dos seus ativos totais em média, enquanto os fundos de pensão mexicanos alocam em média 15% no exterior e os chilenos cerca de 25%. “Nos paÃses mais desenvolvidos, esse percentual chega a 40%â€, diz Mayer.
O modelo de Fof da Vinci combina livremente alocação em fundos de ações e de renda fixa. No momento o fundo aloca 40% em bolsa, calibrando a exposição por meio de posições compradas e vendidas dos gestores. “O investimento em renda fixa é super conservador e não inclui muito risco de crédito nem prazos muito longosâ€, conta Mayer. “O portfólio tem o menor risco possÃvel, os comitês estão olhando para algo novo e não querÃamos que queimassem as mãos em suas primeiras experiênciasâ€.
Para Rabbat, a proximidade com as casas globais também reduz o risco de ser surpreendido por eventuais decisões de fechamento de fundos. “Trabalhamos com gestores muito disciplinados, que têm entre seus principais investidores fundos de pensão, endowments e fundos soberanos, então a rotação nos seus passivos não passa de 3% a 5% ao anoâ€, explica. “Quando um gestor toma a decisão de fechar, dada nossa proximidade, é um problema administrávelâ€.