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Fundos registram resgates líquidos de R$ 63 bilhões em outubro

Os fundos de investimento registraram em outubro resgates líquidos de R$ 63 bilhões, tendência ditada pelos fundos de renda fixa, que, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), responderam por 81% das saídas líquidas, ou seja, R$ 50,9 bilhões. Os fundos mais conservadores sofreram o maior impacto: os de duração baixa grau de investimento (aplicam, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos ou ativos de baixo risco de crédito) e os de duração baixa soberano (investem 100% da carteira em títulos públicos) tiveram resgates de R$ 19,2 bilhões e R$ 17,1 bilhões, respectivamente.
"Em outubro, todas as classes de fundos registraram captação líquida inferior ao mês de setembro. O movimento está associado a fatores como as incertezas no curto prazo por conta do quadro fiscal, a alta da inflação, que impactou os títulos públicos prefixados, e as dúvidas, até então, com relação às eleições norte-americanas", comenta Carlos André, vice-presidente da Anbima.
Os fundos de ações, por exemplo, apresentaram a menor captação líquida desde janeiro de 2019, com entradas de R$ 20,7 milhões – uma queda de 99,5% na comparação com setembro. Os multimercados levantaram R$ 4,9 bilhões de recursos, ante R$ 7,1 bilhões no mês anterior. Os fundos de previdência tiveram saídas líquidas de R$ 2,9 bilhões, ao passo que em setembro obtiveram captação positiva de R$ 2,4 bilhões.
Apesar das retiradas, todos os tipos de fundos de renda fixa tiveram retornos positivos, variando de 0,05% a 2,66%. A maior parte deles, inclusive, teve rentabilidade superior ao mês de setembro. As exceções foram os tipos investimento no exterior (aplicam mais de 40% em ativos financeiros lá fora), dívida externa (investem 80% em títulos da dívida externa) e duração baixa crédito livre (têm mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito).
Todos os tipos de fundos de ações refletiram a queda de 0,7% do Ibovespa em outubro. Entre os multimercados, o destaque ficou com os balanceados (buscam retorno com a compra de diversas classes de ativos), que fecharam o mês com rentabilidade de 0,54%.
O número de contas de fundos cresce gradativamente. Em setembro, chegou a 24,9 bilhões, um aumento de 31% na comparação com o mesmo período de 2019. Os Exchange Traded Funds (ETFs) lideram a alta, com variação de 182% de um ano para outro. A quantidade de fundos disponíveis no mercado também tem seguido essa evolução: subiu 16% de setembro de 2019 para o mesmo mês de 2020. Os fundos de ações e de previdência se destacam, com aumento de 27% e 26%, respectivamente.