A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, divulgou nesta segunda-feira (14/7) nota comunicando o encerramento de sua participação acionária na BRF, empresa de alimentos formada em 2009 pela fusão da Sadia e Perdigão. O fundo de pensão detinha cerca de 5% das ações da BRF e nos últimos meses vinha brigando, juntamente com o minoritário Alex Fontana, por maior transparência no processo de incorporação da empresa pela Marfrig, sua controladora.
Na sexta-feira, dia em que foi anunciada a decisão da CVM de suspender, por pressão dos minoritários, a Assembléia Geral Extraordinária que definiria a incorporação da BRF pela Marfrig, essa publicou um Fato Relevante comunicando que estava aumentando sua posição acionária na controlada para um total de 58,87% do capital social.
A participação da Previ na BRF foi vendida por R$ 1,9 bilhão, valor que segundo a fundação está sendo revertido em compras de títulos públicos federais de longo prazo, como NTN-B, com taxa média de IPCA mais 7,45%, frente a seu atuarial de inflação mais 4,75%.
Em sua justificativa para a venda a Previ disse que “a operação representa uma decisão estratégica e bem-sucedida, que antecipa possíveis impactos negativos decorrentes da futura incorporação. A Previ entende que a relação de troca proposta na fusão não reflete adequadamente o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários”. A falta de transparência nos valores da relação de troca propostos pela controladora aos minoritários, era um dos motivos pelos quais eles pediram à CVM a suspensão da AGE.
Segundo a Previ, o valor obtido na operação de venda é positivo para a fundação. “As ações foram negociadas por valor superior ao oferecido aos minoritários no caso de exercício do direito de recesso, se a fusão entre BRF e Marfrig se concretizar”. O investimento na BRF estava alocado ao Plano 1 da entidade.
Histórico - O investimento da Previ no ativo teve início em 1994, antes da formação da BRF, por meio de participações nas companhias Sadia e Perdigão. A entidade informa que o retorno histórico de longo prazo do investimento superou o Ibovespa em 83,52% e a meta atuarial em 16,05%. Considerando os últimos dois anos, a rentabilidade acumulada da BRF foi de 120,30%, contra 14,62% do Ibovespa.