Edição 377
A Néos, fundo de pensão da empresa de eletricidade Neoenergia, espera entrar em 2026 entre as 25 maiores Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) do País, com um patrimônio que deve beirar os R$ 7,5 bilhões. Conta para isso com a incorporação, até o final deste ano, do plano PSAP Elektro, atualmente administrado pela Vivest. “Vamos entrar em 2026 com o PSAP rodando dentro da Néos”, afirma o presidente da entidade, Alexandre Vita.
Com ativos de R$ 2,1 bilhões, o PSAP é o plano de Benefício Definido (BD) da antiga Elektro, antes dessa empresa ser comprada pela Neoenergia, em 2017. Após a aquisição, a empresa mudou de nome para Neonergia Elektro e os novos contratados passaram a participar do plano de Contribuição Definida (CD) da Néos, mas os antigos funcionários continuaram vinculados ao PSAP.
A autorização da Previc para a migração do PSAP da Vivest para a Néos só aconteceu em dezembro do ano passado. Nos primeiros seis meses deste ano a Néos já fez alguns ajustes em seu operacional para recebê-lo e continua desenvolvendo novas soluções para tornar a transição, que espera concluir até o final deste ano, mais azeitada.
Considerando o atual patrimônio da Néos, de R$ 5,29 bilhões, e o do PSAP, de R$ 2,1 bilhões, se a incorporação ocorresse nesse momento a entidade saltaria para um volume de 7,39 bilhões sob administração. Somando a isso as rentabilidades projetadas para as duas carteiras no segundo semestre, é esperado que o volume sob administração alcance cerca de R$ 7,5 bilhões até o final do ano, quando o processo de consolidação deve estar concluído. “Vai aumentar nosso tamanho, mas também a nossa responsabilidade”, diz Vita.
Saltando degraus - Até novembro de 2024 a Néos ocupava a 70ª posição no ranking das maiores fundações nacionais, saltando então 32 degraus de uma só vez e subindo para a 38ª posição em dezembro quando incorporou a Faceb, o fundo de pensão da antiga Companhia de Eletricidade de Brasília (CEB). A empresa de eletricidade foi comprada pela Neoenergia em 2020, passando a chamar-se desde então Neoenergia Distribuição Brasília.
Com a incorporação da Faceb, cujos três planos somavam ativos de R$ 1,31 bilhão na época, o patrimônio da Néos saltou de R$ 3,85 bilhões em novembro do ano passado para R$ 5,16 bilhões em dezembro. Dos três planos incorporados dois eram BDs, um com R$ 328 milhões e outro com R$ 127 milhões, enquanto o terceiro era um CD de R$ 861 milhões.
No momento, a Néos está tentando ajustar os planos incorporados aos seus padrões de gestão, que aloca os recursos basicamente através de fundo de fundos (FoFs) e de fundos exclusivos, com cotas que são contabilizadas a todos os planos com igual nível de rentabilidade. “Boa parte da renda fixa dos planos da Faceb estava investida via alocação direta”, explica Vita. “Estamos tentando mudar, para marcar o que for possível na curva e dar estabilidade às carteiras”.
Além disso, como o CD que veio da Faceb não possui perfis de investimento, a Néos está preparando o terreno para incorporá-los aos seus próprios CDs, de forma a que seus ativos, no futuro, também acessem os fundos exclusivos e FoFs. Isso também abrirá aos participantes a possibilidade de optar por diferentes níveis de risco.
Equipes - A incorporação da Faceb, que tinha sede em Brasília (DF), criou a necessidade de mudança física da equipe para Salvador (BA), sede da Néos. Mas segundo Vita, a maior parte dos funcionários não quis se mudar para a capital baiana, preferindo deixar o emprego. Entretanto, a Néos não congelou as vagas, optando por repô-las com a contratação de funcionários novos. “Fizemos todas as reposições com pessoal local”, explica Vita.
Segundo ele, essa estratégia é fundamental para evitar problemas no momento em que a fundação se prepara para crescer com a incorporação do PSAP Elektro. Diferentemente da incorporação da Faceb, a do PSAP Elektro envolverá a transferência do gerenciamento do plano, mas nenhuma equipe. “Manter um quadro de funcionários adequado será fundamental para receber esse plano”.
Um importante desafio a vencer na incorporação do PSAP será em relação ao sistema de software, uma vez que a Vivest usa um sistema e a Néos outro. Embora os sistemas de ambas sejam fornecidos pela Sinquia, a Vivest usa o Previnet enquanto a Vivest usa o Amadeus. “Estamos trabalhando para conseguir fazer as adaptações até o fim do ano”, afirma Vita.