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Déficit do fundo de pensão da Santa Sé será pauta do futuro papa

Vaticano1Após os nove dias de luto pelo falecimento do papa Francisco, enterrado no último sábado (26/4) na basílica romana de Santa Maria Maior, os cardeais darão início ao conclave para eleger o novo pontífice do Vaticano. Além de temas delicados como a ordenação de mulheres e a queda do número de fiéis em muitos países ocidentais, o novo papa terá que resolver a situação crítica do fundo de pensão da Santa Sé, para a qual o papa Francisco já vinha alertando antes de sua morte
Em carta de novembro do ano passado dirigida aos cardeais, prefeitos de dicastérios e gerentes da Cúria Romana, o papa Francisco alertava que “as últimas análises aprofundadas, realizadas por especialistas independentes, indicam um sério desequilíbrio atuarial no fundo de pensão, cujo tamanho tende a se expandir ao longo do tempo na ausência de intervenção”. Especialistas em finanças do Vaticano calculavam, há dois anos, que o déficit atuarial do fundo de pensão da Santa Sé fosse de cerca de 650 milhões de euros (R$ 4,2 bilhões). De lá para cá, provavelmente cresceu.
Na sua carta de novembro do ano passado o papa Francisco sugeria a necessidade de ações rápidas, "com prontidão e unidade de visão”, para resolver o problema do fundos de pensão. Três dias antes de sua última hospitalização em fevereiro, preocupado com essa questão, Francisco ordenou a criação de uma nova comissão de alto nível para incentivar doações ao Vaticano.
O reverendo Thomas Reese, padre jesuíta e comentarista que escreveu sobre as finanças do Vaticano, disse que os problemas orçamentários podem ter um "impacto tremendo" na escolha a ser feita pelos cardeais que participarão do conclave nos próximos dias. "Eles terão que eleger alguém que seja um arrecadador de fundos, não um pastor", disse Reese.