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CEO do BB diz que acompanha mensalmente os resultados da Previ

Tarciana MedeirosBBA CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, disse em coletiva de imprensa organizada nesta quinta-feira (20/2) para apresentar os resultados do banco no quarto trimestre de 2024 que, como patrocinadora, a instituição acompanha regularmente os resultados do Plano 1 da Previ. Esse plano está sendo objeto de auditoria por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), alegando que sua baixa rentabilidade (de 1,58%) no período de janeiro a novembro do ano passado poderia levar a patrocinadora, junto com os participantes, a ter que aportar recursos para cobrir eventual déficit atuarial.
O aporte de recursos por parte de patrocinadores e participantes em planos de previdência deficitários é chamado, no jargão do sistema fechado de previdência, de “equacionamento de déficitâ€. A diretoria da Previ refuta essa possibilidade, até porque o plano era superavitário até novembro e, para a adoção do equacionamento, são necessários três anos de déficits acumulados.
Medeiros disse aos jornalistas que, como participante do plano, acompanha mensalmente os resultados divulgados pela fundação. Ela é funcionária do BB e contribuinte do Plano 1 desde o ano 2000. “O dinheiro da Previ é pago por cada um dos funcionários do Banco do Brasil. De forma muito transparente, eu sei qual é meu saldo na Previ e qual é meu valor previsto de aposentadoria. É um plano de reserva para que os funcionários tenham condição de se aposentarâ€, disse.
Também o vice-presidente de gestão financeira e RI do banco, Geovanne Tobias afastou a possibilidade imediata do Plano 1 ter que fazer equacionamento. “Déficit é conjuntural e não significa que o plano de previdência esteja em desequilíbrioâ€, afirmou ele, que já foi diretor de participações da Previ por cinco anos, entre 2010 e 2015.
A carteira de renda fixa do Plano 1, que representa 62% dos seus ativos totais, é formada em parte por títulos públicos marcados a mercado e em parte por títulos marcados na curva, sendo justamente as oscilações dos primeiros que contribuíram para uma menor rentabilidade da renda fixa no período. Segundo Tobias, apesar de sentir os efeitos da volatilidade na parte marcada a mercado, a carteira de renda fixa da fundação “foi uma das que menos sofreu â€.
O maior impacto negativo ao plano veio da sua carteira de ações, que representa cerca de 27% dos seus ativos totais. Dos 15 papéis que compõem essa carteira, a mineradora Vale, sozinha, representa mais ou menos um terço do valor, e teve uma desvalorização de cerca de 20% nos onze primeiros meses de 2024. Essa perda de valor da Vale foi resultado da fraca demanda da China em relação ao minério de ferro, principal produto vendido pela empresa. Porém, como a participação da Previ na empresa é grande e estratégica, inclusive com assento no Conselho Administrativo, não teria sentido se desfazer do papel a preços de mercado.
Como os fundos de pensão são investidores de longo prazo, eles conseguem aguardar a transição de momentos desfavoráveis, como parece ser o caso da queda da demanda chinesa. Nessas situações podem, eventualmente, ter que consumir superávits acumulados, como fez a Previ no ano passado. “O plano 1 tinha, na realidade, um superávit que foi sendo utilizado para pagamento de benefícios. Até o final de novembro não existia déficit no Previâ€, explica Tobias.