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Petros aumenta alvo da renda fixa para 85% e quer mais exterior

petros1A Petros, fundo de pensão que tem a Petrobras como principal patrocinadora, divulgou nesta segunda-feira suas principais estratégias de investimentos para o período 2025-2029. Segundo a fundação, há espaço para ampliar a renda fixa, segmento que já representa cerca de 80% dos seus investimentos consolidados, através da imunização das carteiras dos planos mais maduros, como o PPSP-R e o PPSP-NR. Com isso, o alvo dessa estratégia sobe para 85%, porém sem atinjir os planos mais jovens, como os de contribuição variável (CV) e de contribuição definida (CD).
As diretrizes foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo da fundação, que ostenta um patrimônio total de R$ 132 bilhões, distribuídos por 20 planos de benefícios e abrangendo um universo de 131,8 mil participantes. As estratégias são revisadas anualmente pelo CD, buscando adequar as decisões de alocação às características do mercado.
“O ambiente global continua a exigir cautela. Desta forma, as novas políticas continuam focadas em renda fixa, que ainda traz boas oportunidades, assegurando o desempenho sustentável dos investimentos. Mas também vamos olhar a parte estruturante das carteiras e buscar outros segmentos seguros, que apresentam taxas e oportunidades interessantes, diversificando e ampliando a rentabilidade, com baixa volatilidade e sempre ajustada ao apetite de risco de cada plano”, destaca o diretor de investimentos da fundação, Gustavo Gazaneo, que assumiu o cargo no início de janeiro.
Segundo a entidade, uma das novidades na renda fixa será a imunização de parte da carteira de títulos públicos do PP-2, o maior plano CV do País, com R$ 48,5 bilhões em novembro do ano passado. Isso permirirá casar o fluxo de uma carteira composta majoritariamente por títulos públicos marcados na curva (sem as oscilações diárias de mercado) com os compromissos de pagamento aos aposentados e pensionistas. Segundo a Petros, a estratégia apresentou bons resultados nos planos PPSPs, inclusive nos planos Pré-70, que superaram suas metas atuariais com baixas oscilações.

Marcação na curva - A fundação também está analisando os impactos das mudanças na legislação, que passou a permitir a contabilização de títulos públicos federais marcados na curva também em planos CD. As análises envolvem as áreas de governança, riscos e investimentos, e avaliam a possibilidade de adotar a estratégia de imunização de parte das carteiras também para planos como o PP-3 e o FlexPrev.

Ações - Já na carteira de renda variável, a Petros mantém seu foco na diversificação do portfólio, com alocação de recursos via fundos de gestão ativa e passiva, adotando estratégias complementares na busca do melhor retorno ajustado ao risco no longo prazo. Dado o cenário de incertezas, a exposição de cada plano à renda variável será reavaliada e poderá ser ajustada de acordo com seu perfil e nível de maturidade.

Exterior - Em investimentos no exterior, que possibilita a proteção das carteiras por meio da descorrelação com ativos locais, a Petros realizou um aumento gradual em alguns planos ao longo de 2024 e prevê seguir com essa estratégia em 2025, sobretudo nos planos mais jovens. O excelente desempenho da classe no ano, com rentabilidade prévia de 38,2% em 2024, ressalta a importância dessa diversificação para os planos.
A equipe de investimentos vem realizando estudos para novas alocações em hedge funds globais e na construção de um novo mandato de renda variável global, permitindo uma gama mais ampla de produtos de investimento no exterior.

Imobiliários - Na classe de investimentos imobiliários, as alocações via fundos de investimentos de gestão ativa (FIIs) permanecem, assim como a estratégia de redução de vacância dos imóveis da carteira própria e os desinvestimentos em ativos que não estão mais enquadrados nas diretrizes estratégicas da Petros.
Já em investimentos estruturados, as estratégias estão concentradas em fundos multimercado de diferentes gestores, que atuam em diversas classes de ativos. Essa estratégia é fundamental para a diversificação das carteiras, através de um rigoroso processo de seleção de gestores.
Em relação aos investimentos em FIPs (Fundos de Investimentos em Participações), novas alocações estão vedadas nos planos da Petros.