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Participantes da Funpresp pedem perfil só com títulos públicos

Cícero Rafael Dias1Funpresp ExeUm grupo de participantes da Funpresp-Exe está finalizando uma petição, contando já com pouco mais de 1,2 mil assinaturas, que será enviada à entidade pedindo a criação de um perfil de investimento com 100% de títulos públicos federais. O grupo argumenta que a criação desse perfil daria aos participantes uma opção de investimento ao mesmo tempo segura, estável, confiável e rentável.
“Considerando a natureza conservadora dos títulos públicos federais, acreditamos que este tipo de investimento oferece maior segurança para a preservação do capital”, diz a petição à que Investidor Institucional teve acesso. Argumenta ainda que “os títulos públicos federais são geralmente considerados de baixo risco e alta liquidez” e que “no longo prazo os títulos atrelados à inflação têm se mostrado mais rentáveis quando comparados a outros ativos”.
A petição ainda não foi entregue à Funpresp-Exe, pois continua coletando assinaturas. “A gente está sabendo sobre isso muito informalmente, por colegas, mas ainda não chegou nada formalmente aqui”, diz o presidente da entidade, Cicero Dias. “Mas ficamos felizes com o engajamento dos nossos participantes, que estão acompanhando a rentabilidade das carteiras, a nossa estrutura de investimento”.
Ele conta que os atuais perfis de investimento da entidade são do tipo ciclo de vida, que incluem os participantes mais jovens no perfil agressivo e vão migrando-os, à medida em que se aproximam do momento da aposentadoria, para perfis mais conservadores. A entidade tem quatro perfis de investimento, sendo que o mais arrojado, o perfil 1, tem cerca de 84% aplicado em renda fixa, e o mais conservador, o perfil 4, possui 97% em renda fixa, sendo 91% em títulos públicos federais e 6% em títulos privados.
Ou seja, o perfil 4 já é muito próximo daquilo que querem os peticionários. Entretanto, ao final de agosto esse perfil apresentava uma rentabilidade de 4,63% no ano, mesmo estando recheado de títulos públicos comprados a 6% e até 6,5% de juros real ao ano. “O participante vê a nossa carteira mais conservadora rendendo menos do que a Selic, que está pagando 10,5%, e acha que a fundação está com um mau resultado”, diz Dias.
Segundo ele, uma explicação possível para essa demanda dos participantes, de um perfil com 100% de títulos públicos federais, seria o desconhecimento sobre a marcação a mercado vigente para os papéis dessa carteira conservadora. Esse mecanismo faz com que o valor desses papéis, mesmo o dos títulos públicos federais, oscile ao longo do tempo. “Quando as taxas de juros abrem, os papeis em carteira perdem valor porque a gente tem a intenção de levá-los a vencimento. Então, esses papéis vão oscilar ao longo do tempo, a rentabilidade real só vai aparecer no momento do vencimento do título”, explica Dias.
Ele ressalta que essa é apenas uma hipótese, uma vez que ainda não recebeu a petição. “Vamos esperar chegar a petição, para analisá-la com bastante carinho e bastante atenção”, diz. “Mas o que posso dizer é que a nossa carteira já é bem concentrada em título público federal, tanto na carteira como um todo quanto nos seus perfis mais conservadores”.