Em evento online promovido pela Abrapp na última sexta-feira (8/12) para discutir a Resolução CVM 175, o diretor de Normas da Previc, Alcinei Rodrigues, defendeu a atualização da Resolução CMN como forma a dar mais opções de investimentos à s Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs). “A Previc não incentiva entrar em nenhuma classe de investimento. Isso é uma questão de governança da entidade. A entidade tem de ter uma reflexão técnica, olhando o seu passivo, o seu ‘duration’, as caracterÃsticas da sua equipe técnica e o momento de mercado para tomar sua decisãoâ€, diz Rodrigues.
Segundo ele, os Fundos de Investimento e Participações (FIP) são a classe de ativos mais rejeitada pelas EFPCs atualmente, por problemas ocorridos do passado. “Hoje, das 15 maiores fundações, somente duas estão com novas aplicações em FIPs. Olhando a experiência internacional, a gente vê isso como um problemaâ€, disse.
Segundo Rodrigues, a Previc pretende vedar a participação dos fundos de pensão no Comitê de Investimento dos FIPs, para que o gestor tenha total liberdade para selecionar e alocar os investimentos. O fundo de pensão também não poderá investir em FIPs cujo um grupo econômico ou único cotista controle 50% das cotas, pois isso prejudica a governança. “Queremos voltar a padrões internacionaisâ€, definiu.
Em relação aos imóveis, Rodrigues defendeu mudanças na Resolução CMN 4994, permitindo a volta das aplicações imobiliárias. Ele defendeu os parâmetros da antiga Resolução CMN 3792, que tinha um limite de 8% para imóveis sem exigência de venda. “Fizemos estudo de rentabilidade e verificamos que os investimentos diretos em imóveis, de 2010 até hoje, deram 310% de rentabilidade, enquanto no fundo de investimento foi 97%â€, afirmou.
O diretor de Normas também defendeu a elevação do limite de 15% em operações com participantes para 20%. “Seria para atender a algumas entidades com o caráter de fomento, principalmente planos novos, com patrimônio pequeno. Seria um atrativo para captar novos participantesâ€, completou.
Rodrigues também abordou os investimentos em criptoativos, afirmando que a Previc estuda estabelecer limites de investimento para essa classe, mas de uma forma conservadora, considerando sua alta volatilidade. Em relação à créditos de carbono e Fiagros (Fundos de Investimento do Agronegócio), ele elogiou a abertura trazida pela Resolução CVM 175 para alocação nesses instrumentos.