Retorno médio das EFPCs foi de 6,62% no semestre, calcula Aditus

Levantamento realizado mensalmente pela consultoria de investimentos Aditus junto a um grupo de 120 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com patrimônio somado de R$ 307 bilhões, apurou uma rentabilidade média de 1,51% em junho de 2023. É pouco inferior à rentabilidade média do mês de maio, de 1,54%. No acumulado do ano até junho a rentabilidade média apurada foi de 6,62% e no acumulado de 12 meses foi de 11,19% (ver quadro abaixo).
O levantamento da consultoria mapeia mensalmente os investimentos das 120 EFPCs em 12 classes de ativos, seguindo os padrões de investimentos adotados pela maioria das fundações. Em junho, das 12 classes mapeadas, 9 alcançaram rentabilidade positiva e apenas três tiveram retorno negativo.
Os três melhores desempenhos de junho foram das classes de renda variável passiva (8,98%), renda variável ativa (8,77%) e fundos de investimentos imobiliários (4,36%). Já os três piores desempenhos do mês ficaram com as classes de exterior renda fixa (-1,19%), exterior renda variável (-0,61%) e FIPs (-0,10%),
Da carteira de investimentos de R$ 307 bilhões em junho, 48% estavam em planos BDs, 23% em planos CDs e 29% em planos CVs, mesma distribuição do mês anterior. Em relação ao número de planos do grupo, dos 369 existentes em junho, 36% eram BDs (134 planos), 38% CDs (140 planos) e 26% CVs (95 planos).

Análise – Observando o cenário internacional de junho, a Aditus analisa que “a sinalização do FED de que novas altas de juros podem acontecer fez com que as curvas de juros abrissem. Apesar da inflação ainda persistente, essa comunicação gerou surpresa em grande parte dos agentes de mercado, que já davam como finalizado o ciclo de aperto monetário”.
Por outro lado, ainda de acordo com a consultoria, “a resiliência da atividade econômica tem contribuído para valorização dos ativos de risco. O S&P 500 (USD) teve retorno de 6,61% no mês de junho, enquanto o MSCI WORLD teve variação de 5,93%”.
“Na Europa, houve mais uma alta de juros pelo ECB, em linha com o esperado pelo mercado. Os núcleos de inflação continuam pressionados, apesar de a atividade econômica indicar alguma desaceleração”, diz.
Já no Brasil, “as curvas de juros continuaram fechando, por consequência de um contexto em que as perspectivas para inflação se mostraram um pouco mais favoráveis. O câmbio e os preços das commodities influenciaram essa percepção, assim como as mudanças propostas pelo novo arcabouço fiscal, além dos debates da reforma tributária que estão em andamento. A expectativa do mercado é de que o Bacen inicie em breve o ciclo de queda da Selic”.
“Em relação à Renda Variável, o Ibovespa teve retorno de 9% em junho, revertendo as perdas acumuladas e registrando ganho de 7,61% no ano. O fluxo de recursos de investidores estrangeiros contribuiu positivamente para os resultados do mês”.