Depois de mais de três meses de espera o Conselho Deliberativo da Petros, fundo de pensão que tem a Petrobras como principal patrocinadora, indicou nesta quarta-feira (5/7) o nome de Henrique Jäger para a presidência da entidade. Na sequência, o nome de Jäger foi encaminhado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) para ser submetido à processo de habilitação.
O nome de Jäger começou a ser ventilado logo no início do processo seletivo aberto pelo CD para a contratação de um novo presidente para a entidade, cargo que tinha vagado em março com a saída do ex-presidente, Bruno Dias, ao final do seu contrato de quatro anos. O CD contratou uma consultoria de recursos humanos para encaminhar externamente esse processo seletivo, do qual resultaria numa lista de três nomes a serem apresentados ao CD, que indicaria o mais adequado. Um grupo de aposentados da fundação, entretanto, passou a se posicionar contrariamente ao nome de Jäger, alegando que sua escolha feria a governança da entidade uma vez que a patrocinadora, sob o comando de Jean Paul Prates, estaria influenciando na decisão do CD.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), entretanto, com a autoridade de uma entidade cuja base é formada por participantes da Petros, tanto ativos quanto assistidos, entrou em campo para neutralizar a pressão dos aposentados. Sem citar nomes, uma nota divulgada à imprensa pela FUP cobrou agilidade ao CD na indicação de um novo presidente para a fundação. Na nota, a FUP ponderou que “é urgente e necessário que o Conselho Deliberativo da Fundação aprove, o mais rápido possível, a nomeação da nova diretoria executiva”. O documento da FUP lembrava ainda que “todas as demais EFPCs patrocinadas por empresas estatais já aprovaram suas novas direções”.
Se o nome de Jäger for confirmado pela Previc, será a segunda vez que ele comandará a Petros. Ele já presidiu a entidade por 19 meses, entre março de 2015 e setembro de 2016, tendo deixado a entidade após o impeachment da presidente Dilma Roussef e as mudanças ocorridas na época na direção da Petrobras, com reflexos em seu fundo de pensão.
Economista de formação, antes de assumir o comando a Petros Jäger atuou como auditor do Banco do Brasil e depois como representante dos acionistas minoritários no Conselho de Administração do BB, além de outras empresas investidas, como Invepar, Belo Monte e Lupatech. Após sua saída da Petros, passou a atuar como pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Nota da Petros divulgada após a indicação de seu nome pelo CD diz que “o executivo foi escolhido após processo seletivo no mercado, conduzido por consultoria especializada em recrutamento, e sob orientação e supervisão do Conselho Deliberativo”. Segundo a nota, “Henrique Jäger cumpre os requisitos exigidos pelo nosso estatuto para assumir o cargo de presidente da Petros”.
A nota da fundação informa ainda que novos executivos serão escolhidos, por meio de processos seletivos, para ocupar as diretorias de Seguridade e de Riscos, Finanças e Tecnologia, ambas vagas desde a renúncia de Akira Miki e Leonardo Moraes, há duas semanas. Moraes ainda permanece na fundação até 16/7. Já o diretor de investimentos, Paulo Werneck, teve seu mandato reconduzido pelo CD até março de 2024.