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Petros estuda pagar bônus de R$ 9,3 milhões a quatro dirigentes

cifrao em fundo verde1O site da CNN Brasil publicou uma reportagem informando que o Conselho Deliberativo da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, estaria analisando o pagamento de um bônus no valor de R$ 9,3 milhões aos quatro dirigentes da entidade, incluindo o seu presidente Bruno Dias e os diretores de investimento, Paulo Werneck, o de riscos, finanças e tecnologia, Leonardo Moraes, e o de seguridade, Akira Miki.
A proposta teria sido apresentada ao Conselho Deliberativo (CD) da fundação na reunião ocorrida no dia de ontem, segunda-feira (27/2), mas foi retirada em seguida. Procurada por Investidor Institucional para comentar a reportagem da CNN, a Petros enviou à nossa redação nota onde diz que “o tema ainda será analisado pelo Conselho Deliberativo. Importante informar que, assim como diversas outras organizações, uma empresa do porte da Petros conta com uma política de remuneração, cujo objetivo é atrair e reter profissionais qualificados”.
Ainda segundo a nota, “as regras da política de remuneração variável são anteriores à atual gestão e correspondem a um ciclo de anos, justamente com o objetivo de alinhar às práticas de mercado de retenção de executivos”. A nota não esclarece como seria feita a divisão do bônus entre os quatro dirigentes.
O ex-presidente da Petros, Walter Mendes, que dirigiu a fundação entre 2016 e 2018, disse que "a mudança da política (de remuneração) ocorreu logo depois que eu saí, na gestão do diretor que me substituiu e que trabalhou na minha gestão". Ele se refere a Daniel Lima, então diretor de investimentos e que assumiu o cargo quando Mendes trocou a Petros pela Vivest. Segundo Mendes, a mudança na política de remuneração incluiu "a criação de um incentivo de longo-prazo, além do bônus de curto- prazo, mas não tenho detalhes de como ficou a estrutura de cálculo após nossa saída, há mais de quatro anos". Outro ex-dirigente da fundação que prefere não ser identificado disse que, “no passado, o que poderia haver era o pagamento de um salário a mais por atingimento de metas, mas não algo nessa proporção”.
Segundo a reportagem da CNN, os R$ 9,3 milhões se referem à soma de R$ 2.279.497,50 de ICP (incentivo de curto prazo) com R$ 7.123.305,07 de ILP (incentivo de longo prazo) e foram apresentados aos conselheiros antes da reunião do CD. A nota da Petros diz que “a remuneração está atrelada ao cumprimento de metas estratégicas como melhorias de governança, controles, riscos, investimentos, entre outras, que são fundamentais para o futuro da Fundação”.
No ano passado, a Petrobras, patrocinadora da fundação e a maior empresa do País, propôs na Assembléia de Acionistas a distribuição de R$ 13,1 milhões em bônus à sua diretoria, formada por nove membros, o que daria, numa divisão matemática simples, a quantia de R$ 1,45 milhão a cada membro. Menos que o que podem receber os quatro membros da diretoria da Petros, que numa divisão simples ficariam com R$ 2,3 milhões cada.