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Postalis quer propostas para montar carteira de crédito privado

Pedro Pedrosa PostalisA Postalis, fundo de pensão dos Correios, está usando uma abordagem diferente para montar uma carteira de crédito privado com valor entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões. Ao invés de definir à priori uma estratégia de investimentos e solicitar propostas à gestores específicos, a fundação inverteu o processo e abriu-se para receber propostas de diferentes estratégias que os gestores considerem adequada para montar a carteira de renda fixa. “Antes a gente definia a estratégia e abria edital, agora queremos receber soluções para nossa carteira na área de crédito privado”, explica o diretor de investimentos da Postalis, Pedro Pedrosa.
A entidade abriu o processo na última quarta-feira (17/8), e já começou a receber propostas. A primeira que chegou foi para alocar em um fundo hight grade, mas a entidade espera receber propostas também para fundos de maior risco e diferentes durations. Segundo Pedrosa, a idéia é alocar em fundos condominiais, estando afastada a hipótese de criação de fundos exclusivos. Além da alocação em fundos abertos, há espaço inclusive para propostas envolvendo letras financeiras e debêntures. “Depende da relação de risco e retorno que apresentem, o que queremos são soluções”, diz.
Segundo ele, “o momento para investir em ativos de crédito privado é bem interessante para o Postalis. O mercado está ofertando bons ativos com taxas superiores às metas atuariais dos planos de benefícios e às NTN-Bs sem aumento considerável no risco da carteira dos planos”.
Os recursos para a nova carteira de crédito virão de NTN-Bs que estão vencendo neste ano. Alguns desses papéis já venceram e foram alocadas em Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), outros buscarão renovação em NTN-Bs mais longas e uma parte comporá a carteira de crédito que está sendo desenhada. De acordo com Pedrosa, a alocação em crédito privado “só faz sentido quando o spreed é bem maior” que o dos títulos públicos.
Para isso, embora o prazo para recebimento das propostas seja o final da semana que vem (dia 26 de agosto), a escolha das estratégias só acontecerá após a próxima reunião do Copom (20 e 21 de setembro), que provavelmente deve decidir por uma nova alta da Selic. Uma nova alta da Selic deve puxar os spreeds do crédito, avalia Pedrosa. Depois do Copom, com todas as propostas em mão, a diretoria vai segregar as propostas em categorias e definir a melhor combinação, que será levada ao Conselho de Administração. “O processo todo, após o encerramento do prazo, deve durar entre três e quatro semanas”, explica Pedrosa.
De acordo com o diretor de investimentos da fundação, poderão participar do processo gestores com pelo menos R$ 300 milhões em ativos sob gestão e histórico de no mínimo três anos na estratégia de crédito privado.