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Incertezas levam Vivest a cortar R$ 3 bi da carteira de exterior

Jorge SiminoA mudança de perspectiva no cenário internacional, com o agravamento da preocupação em relação aos movimentos do Federal Reserve (Fed) no ajuste dos juros dos títulos do Tesouro americano e a um possível aperto da liquidez dos mercados, somada à alta da Selic no cenário local, levou a Vivest a diminuir sua posição em fundos de investimento no exterior.
Do total de R$ 4,3 bilhões alocados lá fora (R$ 600 milhões em fundos de renda fixa e R$ 3,7 bilhões divididos entre fundos de renda variável e fundos de BDRs de ETFs), restaram apenas R$ 1,3 bilhão, informa o diretor de investimentos, Jorge Simino. Segundo ele, a parcela de renda fixa foi pouco alterada, ficando ainda muito próxima dos R$ 600 milhões originais, mas os investimentos em renda variável e BDRs de ETFs foram os mais sacrificados. Esses fundos, que representavam 86% do total alocado, cairam para R$ 700 milhões.
“No início deste ano já havíamos informado o Conselho Deliberativo e feito um alerta sobre as mudanças de cenário que poderiam levar a movimentações na nossa carteira. Dada a sinalização forte do Fed em relação à alta dos juros e com a continuidade da inflação elevada nos EUA, decidimos nos dias 12 e 13 de janeiro fazer esse movimento de curto prazo e reduzir os aportes no exteriorâ€, explica Simino.
A decisão levou em conta ainda as circunstâncias do mercado de ações nos EUA, uma vez que o índice S&P 500 subiu mais de 132% ao longo dos últimos seis anos. “As performances dessa classe têm sido muito positivas desde que começamos a fazer esse investimento, em 2013/2014. No ano passado, o exterior garantiu rentabilidade positiva de 27% e foi o único ativo que rendeu acima da meta em 2021â€, explica Simino.
Os R$ 3 bilhões deslocados da carteira de exterior foram direcionados para o caixa da fundação, onde devem ser beneficiados pela perspectiva de juro real atrativo no mercado doméstico e a baixa volatilidade dos títulos públicos. Ele ressalta que a redução de exterior poderá ser revista dentro de alguns meses, à medida que os sinais dos mercados local e internacional ficarem mais claros.
A Vivest já havia feito reduções de risco em sua carteira ao longo de 2021, com alterações na alocação em fundos de investimento imobiliário assim como na renda variável local, que sofreu um corte de R$ 1,2 bilhão em setembro e hoje representa cerca de 12% dos ativos totais da fundação, que somam R$ 35 bilhões.