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Prece vai usar recuperação de ativos para reduzir equacionamentos

Antonio Carneiro Alves PreceO programa de recuperação de ativos em défault e de venda de ativos ilíquidos, implementado pela Prece (entidade de previdência complementar dos empregados da Cedae, Prece e Sedae Saúde) em 2017, foi renovado por sua diretoria de investimentos, que acaba de apresentar o plano de ação para o biênio 2021/2022. A novidade da atual proposta é acelerar a recuperação e utilizar os recursos para reduzir as contribuições extraordinárias pagas pelos participantes dos planos de Benefício Definido (BD). Essas contribuições, estabelecidas para ajudar a cobrir três equacionamentos anteriores de déficits, representam hoje um desconto de 40% nos benefícios recebidos pelos assistidos.
Entre 2017 e 2020, o programa conseguiu recuperar R$ 100 milhões em ativos e a expectativa atual é de recuperar cerca de R$ 300 milhões até o final de 2023. “ Nesta nova versão do plano, queremos amenizar a contribuição extraordinária nos planos deficitários, valorizar a cota líquida do plano de Contribuição Variável (CV) e também reduzir o impacto sobre o ganho de rentabilidade (alfa) que é necessário para pagar o custeio de administração via PGA”, assegura o diretor de Investimentos da Prece, Antonio Carneiro Alves.

Diversificação - Com patrimônio total de R$ 1,76 bilhão até fevereiro, do qual R$ 1,49 bilhão no plano CV, a Prece definiu um plano de investimentos com ênfase na diversificação para obter retornos superiores às metas atuariais. “A alta mais forte da Selic em março, saindo de 2% para 2,75%, foi uma boa sinalização para o mercado, mas ainda aponta um patamar baixo de juros frente ao IPCA e não muda a direção das estratégias de alocação diversificada”, pondera o dirigente.
A busca de alfa pela entidade inclui a diversificação com foco principalmente nos investimentos no exterior, que estão em fase final de estudos; aumento de alocações em crédito de primeira linha e com liquidez; fundos de renda fixa ativa e fundos multimercados com diferentes estratégias.
Com 25% dos seus ativos aplicados em bolsa e 25% alocados em NTNs marcadas na curva (com retorno ainda elevado de 6%), a entidade é cautelosa na busca de alfa “Não só a Prece, mas toda a indústria de fundos de pensão terá que agir com muita cautela. Estamos propondo um alfa porque acreditamos que será possível bater as metas atuariais este ano, mas a performance dos investimentos dependerá de diversas variáveis”, admite Alves.