A Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, segue fora do conselho do Principles for Responsible Investment (PRI), comunidade global voltada à definição e à implantação de conceitos e práticas de investimentos sustentáveis. O anúncio oficial do resultado das eleições para a renovação parcial da instância máxima da organização, realizado nesta sexta-feira (11/12), indicou que Rafael Soares Ribeiro de Castro, gerente executivo de controles internos da entidade brasileira, obteve 41 votos – cem a menos do que Renosi Mokate, presidenta do conselho de curadores do Government Employees Pension Fund (GEPF), da Ãfrica do Sul, que cumprirá, a partir de 1º de janeiro, seu segundo mandato consecutivo como representante dos investidores institucionais no PRI. Tycho Sneyers, da LGT Capital Partners, do Liechtenstein, também foi reeleito, com 337 votos, para a representação dos gestores de recursos.
Integrante do grupo de 51 fundadores do PRI, em 2006, a Previ viu interrompida, em agosto de 2018, a sua presença por mais de uma década no conselho da organização com a renúncia do ex-diretor de planejamento Marcus Madureira, que tomara posse em janeiro daquele ano. Desde então, realizou três tentativas para retomar o espaço perdido: a primeira com o ex-diretor de participações Renato Proença Lopes, em 2018, e as demais, em 2019 e neste ano, com Castro.
Entre os fatores que contribuÃram para a nova derrota, avalia Gustavo Pimentel, sócio da consultoria Sitawi, signatária do PRI há sete anos, figuram a “baixa†patente de Castro, na comparação com os demais candidatos, e o seu não envolvimento direto com a área de investimentos. Além disso, o gerente da Previ foi prejudicado pela perda de peso politico e eleitoral do Brasil desde o inÃcio da década: o paÃs, que chegou a contar com dois representantes no conselho, despencou da sexta para a 13ª posição no ranking do movimento, com 75 adesões.
“Uma opção a ser considerada pelos signatários locais do PRI para a reconquista de sua presença no conselho do órgão seria uma candidatura ligada à s gestoras de recursos, que respondem por 72% das subscrições brasileiras ao PRIâ€, comenta Pimentel. “O pretendente poderia ser apresentado por um dos grandes players do mercado doméstico ou por assets independentes com forte tradição em investimentos responsáveis, casos da Fama e da Constellation. Resta saber, contudo, se haverá interesse desses gestores.â€
Os 3.574 signatários do PRI respondem pela gestão de cerca de U$ 100 trilhões em recursos de terceiros. O ranking da organização é liderado, por ampla margem, pelos Estados Unidos e o Reino Unido, com 676 e 559 adesões, respectivamente. O Brasil é o primeiro entre os paÃses emergentes, com 12 subscrições a mais do que o México.