Três das principais entidades de autogestão do Espírito Santo, a Fundação Assistencial dos Empregados da Cesan (Faeces), a Caixa de Assistência dos Empregados do Sistema Financeiro Banestes (Banescaixa) e a fundação da ArcelorMittal, estão negociando, de forma articulada, com fornecedores para reduzir seus gastos com saúde. O trio capixaba recorre a auditores médicos para eleger os participantes de seus planos que podem receber altas de hospitais e os encaminha para a clínica de intermediação Royal Care, de Vitória, ou mesmo para as suas casas, onde passam a dispor de serviços de home care prestados pelo mesmo provedor. “A parceria teve início há quatro meses e vem nos proporcionando cortes expressivos de despesas. A diária que acertamos com a clínica, por exemplo, corresponde a apenas 50% do valor médio cobrado pelos hospitais credenciados”, comenta Luiz Carlos Cotta, diretor-presidente da Faeces.
A desinternação, segundo o executivo, é avaliada conjuntamente pelos auditores e pelos médicos dos pacientes e proporciona outros ganhos. O mais importante é a redução dos riscos de infecções hospitalares, problema que afeta de 7% a 10% dos pacientes internados em todo o planeta, segundo relatório divulgado em julho pelo Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). “É uma solução boa para todos: pacientes, familiares e entidades de autogestão”, resume Cotta.
Criada em dezembro de 1994 e em atuação no ramo de saúde há 21 anos, a Faeces também vem investindo em programas de prevenção para seus cerca de 4 mil beneficiários. As ações tiveram início com o acompanhamento permanente de idosos e portadores de doenças crônicas, proposta que começa a ser estendida, com a colaboração da área de medicina e segurança do trabalho do patrocinador, para obesos. “Estamos estruturando outros seis projetos do gênero. Dois deles, ambos focados na prevenção do câncer, serão voltados a mulheres a partir de 35 anos que não fazem mamografias há 12 meses e homens com mais de 40 que também postergam, muito além da conta, consultas com urologistas”, diz Cotta.