O mercado de crédito privado, neste ano, está muito mais desafiador para os gestores da área do que esteve no ano passado, avalia a CIO da Bradesco Asset, Ana Rodela. Ela assumiu o cargo há pouco mais de um mês, substituindo Philipe Biolchini, que passou a ocupar a chefia de operações de tesouraria do banco.
Segundo a executiva, os desafios para a área de crédito privado neste ano exigem dos gestores muito mais rigor na escolha dos ativos, considerando um cenário onde os juros estão mais elevados, o CDI médio está muito mais alto, e a economia caminha para uma desaceleração. “Essa combinação traz maior dificuldade para as empresas gerarem caixa e manterem sua solvência”, observa. “Os gestores precisam ser muito seletivos na hora de escolher os ativos”.
Na sua opinião, dosar bem o nível de risco das carteiras será fundamental. “Será importante buscar empresas que consigam passar o ano sem enfrentar maiores problemas com o pagamento das dívidas. Porém, ao mesmo tempo é necessário que esses ativos possam garantir a rentabilidade dos investimentos, então dosar bem o nível de risco será muito importante”, diz a executiva. “No atual ambiente, é melhor ter excesso de precaução”.
A mesa de crédito privado da Bram já é a maior do mercado, com captação de R$ 72 bilhões no ano passado e um total de R$ 370 bilhões sob gestão.