Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) alcançaram a marca de R$ 934,6 milhões em volume de emissões entre os meses de abril e junho de 2024. O número foi divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Trata-se de um aumento de 36,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Se considerado o primeiro trimestre de 2024, o crescimento é ainda maior: 118,8%. O atual bom momento do Fiagro é celebrado pelos gestores especialistas na área.
“Estruturalmente, o setor está forte. E cada vez mais o investidor brasileiro confia no agronegócio como setor mais dinâmico da economia para investir seus recursos”, avaliou em contato com a Investidor Institucional o diretor de agronegócio da Suno, Octaciano Neto. “Não é El Niño, La Niña, aumento ou queda de produção e de preço conjuntural que vai mudar essa realidade.”
Ainda de acordo com a divulgação da Anbima, a captação líquida do setor atingiu R$ 210,2 milhões no segundo trimestre, uma redução de 60,5% em relação ao primeiro. O resultado, no entanto, não impediu que os Fiagros registrassem, em junho, captação líquida positiva pelo décimo mês consecutivo.
Os Fiagros-FIDC foram os que tiveram maior captação líquida no setor entre abril e junho, com R$ 93,3 milhões, seguidos pelos Fiagros-FIP, com R$ 61,8 milhões, e os Fiagros-FII, que somaram R$ 55,1 milhões.
Em termos de patrimônio líquido, o setor alcançou R$ 39,4 bilhões, sendo o Fiagro-FII a categoria mais representativa, com 44,4% do total. Fiagro-FIP, com 43,4%, e Fiagro-FII, com 12,2%, vêm na sequência. Já são 110 fundos de Fiagro no país, com 749 mil contas.
“É evidente que o financiamento do setor não virá mais do Plano Safra, que não dá conta de atender a totalidade dos recursos. Não me surpreendo com os dados publicados, porque é algo que temos falado há anos. O grande crescimento transformacional virá do mercado de capitais como fonte de financiamento da agricultura”, apontou Neto.