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Cai interesse por ativos nos EUA
Fundos de pensão da Alemanha e Suiça reduzem a exposição aos Estados Unidos e mostram mais interesse em investir em mercados asiáticos

Edição 376

Bolsa China EUAOs fundos de pensão da região DACH (Alemanha, Áustria e Suíça) iniciaram um processo de redução de exposição aos mercados norte-americanos, passando a enxergar os dois principais mercados em conflitos comerciais com os Estados Unidos, que são a Ásia e a Europa, como foco de realocação para seus ativos. Além disso, esses mercados possuem estabilidade política e perspectivas de crescimento econômico.
Os fundos de pensão alemães estão recalibrando suas estratégias de alocação de ativos considerando o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Com base nessa métrica, a China competirá com os EUA pelo papel de maior economia mundial e a Índia subirá e ficará entre os três primeiros países do mundo no ranking por PIB, de acordo com a consultoria londrina Centre for Economics and Business Research (Cebr), informa a publicação britânica Investment & Pension Europe.
Isso explica por que vários fundos de pensão alemães estão aumentando suas alocações à Ásia: o fundo de pensão para a indústria da construção Soka-Bau planeja aumentar sua alocação em Ásia dos atuais 12,7% para 35%; o fundo de pensão para médicos do estado da Renânia (NAV) quer elevar a exposição dos atuais 8% para 30%; e o fundo dos empregados da igreja alemã, KZVK, planeja passar dos atuais 8,52% para uma faixa entre 10% e 25%, dependendo da classe de ativos.
Os fundos de pensão alemães estão de olho nos mercados asiáticos, já que a perspectiva de longo prazo para os ativos norte-americanos está sendo colocada em cheque pela política tarifária agressiva implementada pelo governo norte-americano. A queda do dólar, mundo afora, parece confirmar essa tendência.
A mudança do foco de investimento para a Ásia e para a Europa ocorre à medida que os fundos de pensão da região DACH se afastam do mercado norte-americano. Os fundos de pensão corporativos estão reduzindo sua exposição a ações de empresas norte-americanas, assim como ao dólar e aos títulos do Tesouro norte-americano, hesitando em comprometer novo capital nos mercados privados dos EUA.
Pensionskasse Manor, o fundo de pensão da varejista suíça de mesmo nome, começou a subponderar taticamente o peso dos títulos do Tesouro dos EUA em favor de títulos suíços e ouro, como resultado das mudanças nas políticas comerciais e econômicas dos EUA.
O aumento dos custos de hedge e as crescentes preocupações com a política fiscal dos EUA estão levando os fundos de pensão suíços a reavaliar sua exposição a ativos denominados em dólares americanos.
Enquanto isso, os fundos de pensão suíços estão optando por aumentar as alocações em ativos do mercado privado para mais de 10% do total das carteiras, o nível mais alto dos últimos dois anos, impulsionando particularmente os investimentos em infraestrutura, de acordo com a consultoria Complementa.
O Pensionskasse GastroSocial, o fundo de pensão suíço do setor de hospitalidade, com cerca de US$ 13 bilhões de patrimônio, impulsionou os investimentos em ativos do mercado privado por meio de uma nova estratégia de investimento que minimiza a volatilidade dos retornos de curto prazo para alcançar altos retornos líquidos.