O Calpers, fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia, fez um reposicionamento estratégico em sua carteira de ações no início deste ano, vendendo mais de 5 milhões de ações da Apple, empresa cujas ações caíram 11% no primeiro trimestre deste ano, e comprando mais ações da Meta (dona do Facebook e do Instagram), da Advanced Micro Devices (AMD) e do McDonald's.
O Calpers é o maior fundo de pensão dos EUA, administrando mais de US$ 540 bilhões. A venda das ações da Apple tem a ver com dificuldades de mercado enfrentadas pela empresa ultimamente, que inclusive tem sido criticada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, por fabricar iPhones na Índia em vez dos EUA. Trump chegou a ameaçar a empresa com tarifas de 25% sobre iPhones fabricados em fábricas de outros países. Mas mesmo com a redução de suas ações da Apple, o Calpers ainda mantém cerca de 34,7 milhões delas em carteira.
Já o aumento de participação na Meta (de 579.150 ações para 5,5 milhões), na AMD (de 325.180 ações para 3,3 milhões) e no McDonald's (de 494.290 ações para 3,5 milhões), têm a ver com os desempenhos dessas empresas. O negócio de publicidade da Meta continua forte e, embora as ações tenham caído ligeiramente no início do ano, se recuperaram. A AMD teve um primeiro trimestre difícil, mas se recuperou e acaba de anunciar um novo projeto para construir data centers de IA na Arábia Saudita. E o McDonald's, embora tenha perdido clientes nos EUA, está tendo sucesso com uma promoção popular do McLanche Feliz com o filme “Minecraft".
"Nossos investimentos em ativos públicos são orientados por índices e otimizados usando estratégias de investimento sistemáticas e quantitativas, não impulsionados por eventos de um único período", afirmou o fundo de pensão em um comunicado.
Além do que diz o comunicado, o Calpers também vive um momento de mudanças. Dan Bienvenue, que participou das decisões de investimento do fundo de pensão nos últimos 20 anos, deixou a entidade em abril, e o fundo está em busca de um novo diretor adjunto de investimentos para gerenciar o portfólio de ações e títulos públicos.
Um anúncio postado pelo Calpers para a vaga diz que “o diretor adjunto de investimentos deve fornecer liderança inovadora, identificar tendências emergentes, desenvolver abordagens de investimento com visão de futuro, garantir uma governança e cultura organizacional sólidas para a tomada de decisões de investimento, garantir o alinhamento com os objetivos estratégicos de longo prazo da entidade e coordenar a inclusão de pesquisas, análises e informações sobre classes de ativos do mercado de capital aberto”. Não é pouca coisa.
