O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira (2/4), desencadeou o pior dia seguinte para os mercados de ações daquele país, com perdas para grandes investidores. Apenas o fundo de pensão do Alabama, o Retirement Systems of Alabama (RSA), fechou a quinta-feira com prejuízos de mais de US$ 1 bilhão. "Não dá para jogar fora a carroça de maçãs sem esperar grandes problemas", declarou o CEO do RSA, David Bronner.
Os índices de ações chegaram a cair até 6% nos Estados Unidos na quinta-feira, causando prejuízos de 2,2% na carteira de investimentos da RSA. Isso representou uma perda de US$ 1,055 bilhão para os três planos de Benefícios Definidos (BD) da entidade, o Teachers' Retirement System, o Employees' Retirement System e o Judicial Retirement System.
A RSA administra 24 planos previdenciários, com ativos de US$ 56 bilhões em setembro de 2024, último dado disponível da entidade. Em 2024 a RSA pagou benefícios no valor de US$ 4 bilhões.
Para o CEO da RSA, “embora o conceito de tarifas possa funcionar academicamente, e possa ser usado como uma tática de negociação, não pode ser usado para forçar as empresas a firmarem compromissos de longo prazo”, diz. “E uma fábrica leva de 4 a 5 anos para se estabelecer”, conclui.
Bronner teme que as tarifas de Trump possam trazer problemas para a indústria norte-americana e cortes de empregos no Alabama, ao contrário daquilo que Trump tem prometido, que é a instalação de novas fábricas nos Estados Unidos.
“As empresas não podem se comprometer com isso (instalar novas fábricas nos Estados Unidos) porque você está lidando com um homem que muda de ideia regularmente”, analisou. “Mesmo que as empresas estivessem dispostas a se comprometer, você está punindo o consumidor por quatro a cinco anos enquanto elas constroem a nova fábrica.”