Edição 373
O ano de 2025, no qual o Brasil sediará a COP 30, a ser realizada em Belém (PA), começa com uma série de ameaças anti-ambientais, disparadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que parecem terem saído de um tunel do tempo de trinta anos atrás. Já no seu discurso de posse ele deu o aval para as petroleiras norte-americanas aumentarem suas prospecções em solo norte-americano em busca de petróleo e gás de fracking, um dos processos de extração mais nocivos ao meio-ambiente. Para Trump isso não importa! Fure baby, fure, disse ele incentivando as petroleiras.
Ele também prometeu sair do Acordo de Paris, um tratado internacional assinado em 2016 por 194 países, entre eles Estados Unidos, que à época se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para tentar frear o aquecimento global do planeta. Trump também interrompeu os programas ambientais de seu antecessor, Joe Biden.
No especial sobre ESG que Investidor Institucional está publicando, vários analistas e gestores mostram preocupação com Trump no poder. “Trump pode se esconder durante algum tempo atrás de narrativas falsas, mas nem ele é mais forte do que a natureza”, afirma o sócio da Fama Re.capital, Fábio Alperowitch. “As empresas vão precisar ocupar o espaço deixado pelo governo dos EUA porque o risco reputacional dos governos é relativamente limitado, mas para as empresas não há esse limite”, analisa a sócia de ESG Finance da consultoria KPMG, Maria Eugênia Buosi.
Além desse especial sobre ESG, a nossa primeira edição do ano também traz uma reportagem especial sobre as primeiras absolvições de ex-dirigentes de fundos de pensão acusados há dez anos pelo Ministério Público Federal de negligenciarem suas obrigação de diligência na gestão dos recursos das entidades e de praticarem “gestão temerária”. O juiz da 10ª Vara de Brasília, que os julgou, considerou as acusações “ineptas”, por serem genéricas e não descreverem o dolo de cada agente.
Falamos com três acusados que foram absolvidos nos três primeiros julgamentos. Veja na reportagem o que contam Fábio Moser, ex diretor-de investimentos da Previ, Newton Carneiro, ex-diretor de investimentos da Petros, e Guilherme Lacerda, ex-presidente da Funcef.