Edição 82
A partir deste mês, investidores institucionais e empresas de gestão de recursos interessados em negociar debêntures via Internet poderão acessar o e-BOND$, site criado por cinco agentes fiduciários do país, que detêm 75% desse mercado. O site, cujo acesso é gratuito, tem como objetivo prestar um serviço a esses investidores ao mesmo tempo em que impulsiona a liquidez desses papéis. “A queda das taxas de juros criou as condições para movimentar os títulos privados de prazos mais longos”, opina Sérgio Ribeiro, presidente do conselho de administração do site, que é da Pentágono DTVM. Os outros participantes são: Planner CV, Oliveira Trust DTVM, Pavarini DTVM e SLW CVC.
O e-BOND$ concentra informações sobre todas as emissões de debêntures existentes no mercado, que podem ser pesquisadas por prazo, indexador, volume, empresa, entre outros. “Por exemplo, se uma fundação quiser encontrar papéis indexados a IGPM, com garantia real, prazo de 1 ano, cujo valor da emissão seja razoável para um investidor do seu porte é só dar as diretrizes e o site faz a pesquisa” explica. Também serão disponibilizadas informações sobre os papéis mais consultados e os últimos negócios realizados a partir do mês de maio. “Isso ajuda o mercado a formar preços e se posicionar melhor”, acrescenta Ribeiro.
O site possibilita, ainda, que as transações de compra e venda sejam feitas diretamente entre as partes interessadas, ao listar e-mails de debenturistas de cada emissão. Também tem um mural, no qual se pode anunciar o interesse de compra ou venda de um determinado papel.
“Às vezes, um investidor entra em contato com um broker, que entra em contato com outro e outro, e isso confunde o mercado, porque fica parecendo que há uma super oferta do papel, quando na verdade é o mesmo sendo oferecido por instituições diferentes. No site, o investidor pode chegar a todos os debenturistas que detêm o mesmo papel, o que facilita a negociação”, explica.
Segundo Ribeiro, o e-BOND$ serve ainda como veículo para que as próprias empresas divulguem suas emissões, rating, entre outras informações. A segurança desse mercado eletrônico de debêntures é dada pelo acesso restrito dos seus participantes – investidores institucionais, assets e tesourarias de bancos – que precisam cadastrar-se e só podem acessá-lo mediante senha.
Para Ribeiro, o mercado brasileiro de debêntures tem espaço para multiplicar por dez o seu tamanho nos próximos anos. Atualmente, o estoque de papéis alcança R$ 23 bilhões, que representam 250 emissões distintas. “Até o final de 2.000, devemos superar a média de emissões dos últimos anos, que é de R$ 10 bilhões”, projeta.