Crédito seletivo exige mais gestão

Edição 381

Melhor Gestor de FIDCs – Delano Macedo • Solis Investimentos

Delano Macedo, da Solis Investimentos

O ambiente de juros elevados e a seletividade do crédito têm exigido mais sofisticação na gestão de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Para Delano Macedo, sócio da Solis Investimentos e responsável pelas áreas de originação, estruturação, crédito e gestão de riscos, o momento pede disciplina, tecnologia e visão de longo prazo. “Os juros altos impactam o custo de capital, mas nossa governança, modelagem e monitoramento contínuo asseguram solidez e confiança aos investidores”, afirma.

Vencedor do Troféu Benchmark 2025 na categoria Melhor Gestor de FIDCs, Macedo é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Ceará, com formações complementares em gestão empresarial, finanças e controladoria pelo IBMEC, USP e Fundação Dom Cabral. Com mais de três décadas de experiência no mercado financeiro e de capitais, participou da estruturação de mais de 200 FIDCs desde 2008. É sócio fundador da Solis Investimentos.

Para Macedo, dois vetores macroeconômicos dominam o cenário atual: o ciclo de juros doméstico e a dinâmica do crédito e da inadimplência. “O patamar elevado de juros reais impõe revisões constantes nas políticas de aquisição de ativos e exige maior seletividade”, explica. Ainda que os índices de inadimplência tenham começado a se estabilizar, ele alerta que há forte heterogeneidade entre os setores. “Essa diferença demanda uma gestão de risco mais granular e um acompanhamento em tempo real das carteiras”, observa.

Nas projeções para os próximos meses, o executivo avalia que o Banco Central deve manter a taxa básica em nível alto por mais tempo, refletindo a resiliência da economia e as pressões inflacionárias. Mesmo assim, ele vê oportunidades. “O ambiente tende a ser mais favorável a novas estruturas e emissões, o que impulsiona gestoras especializadas como a Solis”, diz.

Para enfrentar o cenário, a Solis tem adotado uma estratégia proativa e tecnológica, baseada em diversificação e governança. A gestora ampliou o uso de data analytics e machine learning para monitoramento em tempo real, fortaleceu parcerias com originadores e expandiu estruturas de FIDCs com diferentes perfis de risco.