Edição 255
Na Forluz, Antônio Carlos Bastos D’Almeida iniciou suas atividades na área de compliance em 2005. Mas foi no final de 2008, quando o fundo de pensão da Cemig passou por um estudo de planejamento estratégico, que surgiu uma nova oportunidade para sua carreira. É que a direção da entidade decidiu por uma segregação entre as funções de investimentos e controle de risco. Após essa definição, o profissional assumiu a direção da nova gerência de risco. A área passou a ser representada por um membro nato no comitê de investimentos e ficou debaixo da presidência da fundação, separada da diretoria de investimentos.
Responsável por avaliar o risco de todas as operações de investimentos, D’Almeida acredita que essa segregação foi fundamental para o andamento das carteiras em 2013. “Foi um ano de muito estresse da área de risco no relacionamento com os gestores. Nós tivemos que atuar fortemente, senão iríamos estourar todo o nosso mandato de risco nas duas frentes, tanto em renda fixa quanto em renda variável”, explica D’Almeida.
A atuação da gestão de risco no mercado em 2013, ano complicado devido à alta volatilidade dos mercados, foi direcionada às definições de como tratar as diretrizes em termos de qual percentual entraria em cada investimento, qual seria o porte, parâmetros e critérios mínimos aceitos com relação a cada tipo de investimento e os critérios para análise de gestores.
Para 2014, a expectativa é que o mercado ainda apresente abertura da taxa de juros. Contudo, essa abertura traz oportunidades para estudar novos investimentos. Com relação à renda variável, D’Almeida explica que 50% dos ativos estão em títulos vinculados ao Ibovespa, e os 50% restantes estão em fundos de valor, de dividendos, e outros. Este cenário, entretanto, deve mudar até maio de 2014, quando haverá revisão do benchmark de renda variável. Tanto a área de risco, quanto a área de investimentos, estudam a diversificação de portfólio como principal estratégia para o ano que vem.
Os investimentos no exterior também são uma perspectiva já para o início de 2014. De acordo com o diretor, o fator que ainda precisa ser acompanhado com muito cuidado, é o hedge cambial. De qualquer forma, está prevista a entrada em investimentos no exterior em proporção permitida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
D’Almeida começou a carreira em 1983, no DESBAN, fundo de pensão do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais, onde trabalhou por sete anos, tendo encerrado suas funções no cargo de chefe do setor de aplicações financeiras. Toda a parte de controladoria e aplicações era atribuída à sua equipe. Em 1990, D’Almeida seguiu com o trabalho para fundos de pensão, agora em empresas de auditoria. Atuou também em consultoria, sempre atendendo fundos de pensão. Atualmente, é membro da comissão técnica nacional de governança da Abrapp.