Edição 250
Os ativos de investimentos dos regimes próprios de previdência dos servidores (RPPS) apresentaram bons resultados no ano passado. O volume total de ativos investidos saltou de R$ 59,67 bilhões no início de 2012 para R$ 72,07 bilhões no final ao ano, segundo dados do Ministério da Previdência Social. O salto de mais de 20% é explicado pelo fluxo de caixa positivo (entrada de novos recursos maior que a saída) somada com a rentabilidade das carteiras. O atual ranking Top Atuarial de RPPS traz os detalhes sobre as carteiras de cerca de 250 regimes próprios de previdência estaduais e municipais, com informações sobre o volume de ativos, modalidades de aplicações, rentabilidade e política de investimentos.
O Top Atuarial mostra quem são os maiores regimes próprios de previdência e a composição de suas carteiras. Em primeiro lugar continua a ParanaPrevidência com ativos de R$ 6,80 bilhões, posição de dezembro de 2012. Um ano antes, o RPPS dos servidores estaduais do Paraná contava com R$ 5,85 bilhões. A rentabilidade total alcançada no ano passado foi de 13,56%, acima da meta atuarial de INPC mais 6% ao ano. A principal mudança na carteira de ativos foi a redução da renda fixa de 99% no final de 2011 para 85,87% no encerramento de 2012. Uma significativa parcela dos ativos do regime próprio migraram para a renda variável que fechou o ano passado com 4,08%, além de outras modalidades de investimentos. No ano anterior, não haviam aplicações em renda variável no RPPS do Paraná.
Considerando os cinco maiores regimes próprios do país em termos de ativos de investimentos, figuram entidades dos estados de Minas Gerais, Tocantins, Pará e Amapá. O regime próprio dos servidores estaduais mineiros ocupa a segunda posição no ranking, com ativos da ordem de R$ 2,64 bilhões, seguido pelo instituto do Tocantins, com R$ 2,56 bilhões.
O maior fundo entre os regimes próprios municipais fica com São José dos Campos, interior de São Paulo, com ativos da ordem de R$ 1,73 bilhão. Depois dos cinco maiores RPPS, todos estaduais, o instituto de São José dos Campos, fica com a sexta posição geral do ranking. O RPPS tem cerca de 96% dos ativos aplicados em renda fixa e apenas 4% em renda variável.
Na sequência do ranking, aparece o RPPS do Distrito Federal, com ativos de R$ 1,26 bilhão, seguido pelos institutos estaduais do Maranhão e de Roraima.
Completa a lista dos dez maiores, outro instituto municipal com posição de destaque. É o regime próprio da cidade do Rio de janeiro, com investimentos de R$ 1,14 bilhão. O instituto dos servidores municipais do Rio ocupa a décima posição no ranking geral e apresentava 100% dos recursos aplicados em renda fixa. Em sua política de investimentos consta a indicação de início da alocação em renda variável a partir de 2013.
Desempenho – A rentabilidade média dos investimentos dos regimes próprios apresentou desempenho positivo em 2012. A maioria dos RPPS conseguiu superar a meta atuarial de INPC (6,19% de janeiro a dezembro de 2012) mais 6% – total de 12,19%. O bom desempenho é explicado principalmente pela rentabilidade positiva alcançada pelos fundos da família IMA, que concentram a maior parte dos recursos das aplicações dos RPPS. Ao longo de 2012, esses fundos foram beneficiados com o ciclo de fechamento das taxas de juros dos títulos públicos federais. O índice IMA-B apresentou rentabilidade de 26,68% no ano passado. Já o IMA-B 5+, que mede a variação da carteira de títulos NTN-Bs com vencimento de mais de cinco anos, rendeu 34,21% em 2012. Foi uma das maiores altas entre todas as classes de ativos do mercado financeiro no ano passado.
O cenário mudou bastante no primeiro semestre de 2013, quando a tendência foi invertida, com o início do novo ciclo de abertura das taxas de juros. Os fundos IMA registraram rentabilidade negativa, mas os resultados não apareceram ainda nas informações dos regimes próprios contabilizadas pelo Ministério da Previdência, que são fechadas ao final de cada ano. Apesar de contar com investimentos em diversas classes de ativos, as carteiras dos RPPS são bastante afetadas pelas oscilações dos índices da família IMA devido à alta concentração em fundos que seguem esses benchmarks.
Segundo dados do Ministério da Previdência Social, a renda fixa concentrava R$ 65,89 bilhões da carteira dos regimes próprios no final de 2012. Já a renda variável representava apenas R$ 4,83 bilhões, enquanto outros ativos ficaram com R$ 1,35 bilhão – totalizando R$ 72,07 bilhões. Do total da renda fixa, R$ 37,81 bilhões estavam aplicados em fundos de investimentos 100% títulos do Tesouro Nacional. Outros R$ 11,88 bilhões estão em fundos de renda fixa referenciados, enquanto R$ 9,85 bilhões estavam diretamente em títulos públicos federais.
Existe ainda uma carteira de royalties de energia dos regimes próprios, que é considerada nas informações contabilizadas pelo ministério, que representava R$ 94,33 bilhões em dezembro de 2012. A maior parte desses recursos (R$ 93,06 bilhões) estão na carteira do RioPrevidência – regime próprio dos servidores estaduais do Rio de Janeiro. No caso do RPPS do Rio, os royalties geram receitas da exploração do petróleo.