Patrimônio de R$ 240 bi | O 5º Top Atuarial, levantamento feito p...

Edição 147

O segmento de previdência fechada brasileiro registrava, em dezembro de 2003, a presença de nada menos que 337 fundos de pensão, com ativos totais de R$ 240,54 bilhões, investimentos de R$ 216,56 bilhões e 2,33 milhões de participantes – dos quais 75,70% ativos e 24,30% inativos. Apenas a Previ, fundação do Banco do Brasil, mantinha ativos totais de R$ 58,02 bilhões, ante R$ 43,56 registrados em 2002. Os investimentos passaram de R$ 43,46 bilhões para R$ 57,85 bilhões. Os total de participantes somou 124.590 participantes – dos quais 58,03% ativos e 41,47% inativos. Sem surpresa nenhuma, a Previ continua liderando o ranking do setor por patrimônio e por investimentos.
A carteira de investimentos da Previ contrasta bastante com o portfólio das outras fundações, pela elevada participação da renda variável na sua composição: 59,31% do total. Essa carteira de renda variável foi, em grande parte, a principal responsável pelo enorme superávit que a fundação do Banco do Brasil registrou no ano passado, de exatos 35,43% do seu programa de investimentos.
No entanto, segundo o diretor de investimentos da entidade, Luiz Carlos Aguiar, a Previ segue firme no propósito de se adequar à Resolução 3.121, que permite alocação de até 50% do patrimônio em renda variável. “Já enviamos ao Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), nossa proposta de enquadramento. Se aprovada, ela permitirá que compremos ações de nosso interesse, desde que vendamos ativos de nosso portfólio – e sem causar sangria da carteira”, explica.
Como a Previ é uma exceção, o pensamento predominante hoje nas demais fundações é de, justamente, começar um processo de migração dos ativos de renda fixa para ativos de renda variável, que permitam uma rentabilidade adequada ao cumprimento da meta atuarial em um cenário de queda da taxa de juros. Dados da SPC mostram que mais de 60% dos investimentos da previdência complementar está em renda fixa.
Além dos ativos em renda variável, também têm despontado como alternativas de aplicação os fundos de hedge, os fundos de recebíveis e, em certa medida, também os fundos imobiliários. As Parcerias Público Privadas (PPPs) também estão sendo bastante lembradas pelas fundações, principalmente por aquelas mais ligadas às patrocinadoras de origem pública. No entanto, os dirigentes destas fundações lembram que a queda do juro real, hoje na casa de 9% ao ano, para algo próximo a 5% a.a. seria um grande ‘incentivo’ na hora de tirar o dinheiro da renda fixa para realocá-lo em outro segmento.
O setor elétrico, também de infra-estrutura mas cujo marco regulatório está mais adiantado que o das PPPs, tem recebido, efetivamente, recursos para serem utilizados no âmbito do Proinfa. O segmento já possui a segurança de retorno que ainda falta às PPPs, pois toda a energia gerada já tem um comprador: a Eletrobrás.
Depois da Previ, seguem firmes em segundo e terceiro lugares, respectivamente, Petros e Funcef. A Petros, com patrimônio de R$ 21,56 bilhões, tem 72,89% dos ativos em renda fixa e 19,31% em renda variável. Os R$ 14,91 bilhões da Funcef estão 66,03% em renda fixa e 17,90% em renda variável. Ainda aparecem nos primeiros lugares da lista a Fundação Cesp (R$ 13,06 bilhões), Sistel (R$ 11 bilhões) e Centrus (R$ 5,94 bilhões).
Fica claro a partir da observação do ranking o peso que as grandes fundações possuem no sistema de previdência complementar. As dez maiores somam um patrimônio total de R$ 146,36 bilhões, com um programa de investimentos de
R$ 135,71 bilhões e 725.479 participantes – dos quais 514.878 ativos e 210.601 inativos. Gigantes não só nos números, mas também em suas ações, como o investimento em empresas socialmente responsáveis ou companhias comprometidas com a boa governança corporativa, que acabam por balizar e oxigenar todo o mercado.

NÚMEROS DO SETOR
Total de ativos: R$ 240,54 bilhões
Investimentos: R$ 216,56 bilhões
Total de participantes: 2,33 milhões
Participantes ativos: 1,76 milhão
Participantes inativos: 570 mil

NÚMEROS DAS 10 MAIORES
Total de ativos: R$ 146,36 bilhões
Investimentos: R$ 135,71 bilhões
Total de participantes: 725.479
Participantes ativos: 514.878
Participantes inativos: 210.601

AS 10 MAIORES POR PATRIMÔNIO
Fundação – Ativos Totais – R$ milhões
Previ BB – 58.029,14
Petros – 21.564,85
Funcef – 15.325,98
Fundação Cesp – 13.061,32
Sistel – 11.009,05
Centrus – 5.941,95
Valia – 5.200,09
Itaubanco – 5.150,17
Forluz – 5.022,68
Real Grandeza – 4.156,21

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