Edição 162
Líder em cinco categorias, DTVM do Banco do Brasil surpreende com a expansão junto às médias e grandes empresas
A cada Top Asset a Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) do Banco do Brasil (BB) surpreende ao conquistar a liderança em mais uma categoria. Na primeira metade deste ano, o grande destaque foi a sua ascensão junto aos clientes corporate (grandes empresas) – grupo antes liderado pelo banco Itaú. De dezembro de 2004 a junho último, a BB DTVM elevou a administração destes recursos em mais de 150%, passando para R$ 21,8 bilhões. Com isso, a instituição, que antes disputava palmo a palmo com o Itaú, deixou o banco privado a léguas de distância, com exatos R$ 10 bilhões a menos na segunda colocação.
A BB DTVM também obteve um crescimento superior a três dígitos junto ao middle market (empresas médias). Na comparação dos períodos, houve uma expansão de 100,5% destes recursos, que chegaram ao fim de junho em R$ 12,4 bilhões. Igualmente nesta modalidade, o Itaú aparece na seqüência, com R$ 2,5 bilhões – uma alta de 13,9% e, portanto, mais em linha com o resultado obtido pelos demais concorrentes. Na terceira colocação em middle market ficou a Bradesco Asset Management (Bram), que trocou de lugar com a asset do Safra do último levantamento para este. A Bram marcou R$ 1,41 bilhão em junho (+37,3%) e o Safra, R$ 1,39 bilhão (+3,19%).
Sem grandes surpresas, a BB DTVM manteve a primeira colocação também junto aos clientes estrangeiros, fundos de pensão e regimes próprios. Na primeira categoria, entretanto, o volume verificado em junho de 2005 foi 14,0% menor que o de dezembro. Resultado da acentuada valorização do real no período. “Não houve saques expressivos. Apenas a denominação em reais cresceu”, explica o presidente da BB DTVM, Nelson Rocha Augusto. Na seqüência desta categoria, manteve-se a asset do Pactual, com R$ 5,9 bilhões (-20,6%). O Opportunity, apesar da crise à la Daniel Dantas, ficou mais uma vez na terceira posição, com R$ 2,1 bilhões (-54,9%).
Já na categoria fundos de pensão, a BB DTVM, obviamente, ficou em primeiríssimo lugar, com R$ 41,2 bilhões de recursos sob sua administração, o que se deve à carteira da Previ – a maior fundação do Brasil e que está entre as cem maiores do mundo. Dessa forma, a vice-liderança do Itaú, com R$ 22,6 bilhões, soa mais como liderança (veja matéria à página 47). Outra liderança da BB DTVM foi em regimes próprios, a previdência dos servidores da União, estados e municípios. A instituição encerrou junho com R$ 3,0 bilhões, deixando em segundo a Caixa Econômica Federal, com R$ 1,9 bilhão.
Justificativa – O presidente da BB DTVM, Nelson Rocha Augusto, elenca cinco fatores como os responsáveis pelo crescimento da instituição em diversas categorias, o que a levou a aumentar a gestão total de recusos em 16,8%, de R$ 123,9 bilhões, em dezembro, para R$ 144,8 bilhões em junho. O primeiro dos fatores, diz, é o equilíbrio macroeconômico brasileiro. “Temos visto a queda da inflação e do risco Brasil e a mudança na estrutura do balanço de pagamentos, com superávit em todas as contas – especialmente da balança comercial. A manutenção desta estabilidade por um prazo maior elevou o grau de confiança na economia”, diz.
O segundo fator, continua Augusto, foi o trabalho que a BB DTVM exerceu a partir de setembro do ano passado com o intuito de adaptar-se às modificações na legislação do setor, como a Instrução 409 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que redefiniu o marco-regulatório da indústria brasileira de fundos. “Fomos os primeiros a lançar fundos nos moldes da 409, diferenciando investimentos de curto prazo e de longo prazo de acordo com a tabela regressiva de Imposto de Renda. E o cliente vê que saímos na frente neste processo e toma a decisão de investir conosco”. O presidente da BB DTVM ressalva que, do total de recursos administrado pela instituição, apenas 15% origina-se do setor público. O restante é de dinheiro privado.
Augusto também define, como terceiro item responsável pelo desempenho da instituição, a definição do conglomerado de ver como estratégica a área de gestão de recursos de terceiros. “Não que as outras áreas não sejam importantes, mas temos como prioridade a gestão de recursos de terceiros porque temos convicção que todo o desenvolvimento econômico do País tem como fornecedor de funding [recursos] a indústria brasileira de fundos”, explica. Tanto que, hoje, esta indústria já responde por cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. E Augusto espera que este crescimento tenha continuidade, dado todo o esforço de modernização que vem acontecendo no segmento e que tem sido capitaneado pela própria CVM.
Como quarto fator que levou à BB DTVM ao topo de cinco categorias listadas pelo 16º Top Asset feito pela Investidor Institucional, Augusto classificou a a própria força do Banco do Brasil e toda a sua capilaridade que, juntamente com um acentuado trabalho de comunicação, aproximou mais o banco de todos os públicos. Por último e não menos importante, diz o presidente, foi a qualidade da gestão feita nas carteiras administradas pela BB DTVM. Em 2003, a totalidade das carteiras superou seus respectivos benchmarks (rentabilidade de referência). No ano seguinte, 90% das carteiras ficaram acima de seus referenciais e, para este ano, a estimativa de Augusto é repetir o desempenho de 2003.
O presidente da BB DTVM lembra que, historicamente, as assets consideradas mais eficientes conseguem performar em torno de 80% de suas carteiras. E os resultados alcançados pela BB DTVM nos últimos anos explica o crescimento dos clientes corporate, que são “muito sensíveis a isso”. Augusto também fez questão de res-
salvar a eficiência da área comercial da instituição, que trabalhou os três pilares de clientes em que ela se divide: atacado, varejo e governo. “A BB DTVM vem crescendo em um ritmo muito grande. No ano passado, havíamos crescido cerca de US$ 10 bilhões e este ano, só até agosto, já ganhamos este mesmo valor”.