Tomada de risco maior é inevitável com juro baixo | Fundos de pen...
Edição 206
Virar o relógio da crise e começar a tomar posições de maior risco: foi isso que os fundos de pensão tiveram que fazer no primeiro semestre. Depois de um segundo semestre de 2008 difícil, o volume de recursos das fundações sob gestão cresceu 6,19% nos últimos seis meses, atingindo o volume de R$ 252,39 bilhões. “Primeiro veio esse movimento de desvalorização dos ativos de renda variável e aversão ao risco, depois passamos aos CDBs e DPGEs, que serviram como um porto-seguro, e o que veio agora, no final do primeiro semestre, foi a diminuição na aversão ao risco, com os mercados um pouco mais claros e as empresas voltando a tomar crédito e a girar os negócios”, explica Carlos Massaru Takahashi, diretor executivo da BB DTVM, que continua na liderança do segmento.Além da normalização da percepção de risco, a queda na Selic trouxe um novo cenário de investimentos. “A queda muito pronunciada dos juros trouxe para o horizonte de curto prazo dos fundos de pensão todas as questões levantadas por uma taxa tão baixa, desde remuneração das metas atuariais até estratégias de investimento mais sofisticadas que possam produzir um retorno maior”, observa Alexandre Mathias, diretor de distribuição e gestão de mandatos exclusivos do Itaú Unibanco Asset Management, segundo colocado do ranking, com R$ 49,58 bilhões sob gestão. Ele lembra que, do ponto de vista das fundações, o CDI deixou de ser o portoseguro que sempre foi e a busca por alternativas de gestão implica em correr mais risco. “Um pouco da nossa estratégia enquanto asset é segmentar e criar gestão por satélites, para oferecer alfa, além de controles e processos que garantam uma oferta de maneira segura.” Essa estratégia se reflete na estrutura da asset depois da fusão do Itaú com o Unibanco, em que foi criada a área de que Mathias é diretor. “Temos uma estrutura de gestão em que o cliente que tem fundo exclusivo pode ligar para o seu gestor, o que acredito ser uma inovação em termos de posicionamento no mercado brasileiro”, afirma.Takahashi observa que, ainda que os movimentos não sejam imediatos, é possível perceber um interesse grande das fundações por crédito privado, já que com a queda da taxa de juros elas estão muito preocupadas com o cumprimento das metas atuariais. “Essa é uma grande oportunidade para as assets que têm uma capacidade de análise de crédito boa, feita de forma consistente e segura”, diz.
PREVIDÊNCIA ABERTA – Nesse segmento, a Bram continua em posição de destaque, com quase o dobro de volume de recursos sob gestão que o segundo colocado, o Itaú Unibanco. Adolfo Alviço, superintendente executivo comercial da Bram, destaca que esse é um grande foco do banco com a Bradesco Vida e Previdência, que cria e distribui os produtos, e com quem a asset discute a gestão dos recursos.