Após abalos, retomada no mercado acionário | Depois de um período...
Edição 206
Recuperação. Esse é o melhor termo para definir o segmento de ações no primeiro semestre de 2009. Após despencar 17,67% nos últimos seis meses de 2008, o setor agora aparece com uma valorização de 23,13%. “O mercado percebeu que a retomada da economia está acontecendo em um ritmo mais rápido do que se imaginava e, com isso, passou a ter um pouco mais de pré-disposição para comprar ativos, percebendo boas oportunidades”, explica Carlos André, diretor executivo da BB DTVM.E como não poderia ser diferente, a indústria de fundos de ações se aproveitou dessa onda e, apostando em produtos setoriais, a BB DTVM cresceu 5,65% na primeira metade do ano. Segundo André, alguns destaques da carteira da gestora foram um fundo de construção civil, um de small caps (com foco em empresas de varejo, consumo e saúde) e um de dividendos. “Em um cenário de juros nominalmente baixos, essa estratégia torna-se bastante atrativa porque muitas vezes se pode ter taxas de dividendos próximas às de juros.” O BNP Paribas, com a segunda maior alta nessa classe de ativos, apostou na cautela e na manutenção das posições por curtos períodos para aproveitar o bom momento do mercado. A asset do banco investiu em ações da Petrobras, no setor de aço e de varejo. Para Jacopo Valentino, diretor de renda variável da BNP Paribas Asset Management, no longo prazo, a Bolsa continua em níveis interessantes para entrar, e os investidores têm que olhar mais para frente. “Ela ainda está sujeita a mais uma queda. Mas pode ser uma oportunidade de investimento para aqueles que viram a Bolsa despencar e não entraram, a viram se recuperar e ainda assim continuaram fora.” Títulos privados – Já o segmento de títulos privados obteve um crescimento de 9,49% na primeira metade do ano. Alexandre Mathias, diretor de distribuição e gestão de mandatos exclusivos do Itaú Unibanco, dono do primeiro lugar na categoria, afirma que o mercado foi se abrindo aos poucos, primeiro para os melhores nomes, com prazos curtos, depois para prazos longos e, por fim, para todo mundo. “Na medida em que o setor se recuperou, a liquidez voltou e as taxas fecharam”, acrescenta.Além da fusão, que uniu o primeiro e o quinto colocados no último Top Asset, o foco no longo prazo contribui para o resultado positivo. A instituição aumentou ainda a estrutura da sua área de renda fixa-crédito, bem como a equipe de análise, além de colocar um só gestor para cuidar da administração dos fundos do segmento.Para Luis Soares, superintendente executivo de renda fixa e multimercado da Bram, o mercado ficou aquecido a partir do segundo trimestre, mas alguns prêmios ainda não são os adequados. “Para uma taxa básica média abaixo de 10%, a estrutura de prêmios tem que ser um pouco maior”, completa.