Concorrência acirrada em RPPS entre Caixa e BB | CEF dobra recurs...

Edição 206

O anúncio do vice-presidente de gestão de ativos de terceiros da Caixa Econômica Federal (CEF), Bolivar Tarragó Moura Neto, feito na última edição do Top Asset, de que a instituição passaria em breve à liderança na gestão de recursos dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) se tornou realidade. O volume de recursos desse segmento sob gestão da Caixa cresceu 26,4% nos últimos seis meses findos em 30 de junho deste ano, atingindo a soma de R$ 8,59 bilhões. O Banco do Brasil, agora na segunda posição, tem sob seu guarda-chuva R$ 8,52 bilhões em recursos de institutos. “Houve sim um aumento da competição no segmento de regimes próprios, nós sentimos isso de forma mais acirrada em algumas regiões”, afirma Carlos Massaru Takahashi, diretor executivo da BB DTVM.Moura Neto atribui o sucesso na ultrapassagem a três fatores principais. O primeiro é a estratégia global da Caixa de expansão de negócios com governos estaduais e prefeituras e, consequentemente, no relacionamento com os institutos de previdência desses entes. O segundo fator foi a expansão do portfólio de fundos voltados para os regimes. “É o segmento para o qual mais criamos fundos”, conta Moura Neto, listando a grade de produtos: fundo multimercado, de ações, e dois de crédito privado criados este ano. “Antecipamos a mudança de perfil dos institutos e hoje temos um portfólio completo.” O terceiro fator é o desempenho da gestão dos fundos, segundo ele.“Vamos fazer um trabalho muito forte no esforço de vendas junto ao Banco no segundo semestre, principalmente em dois fundos, para voltar ao primeiro lugar”, diz Takahashi. Ele explica que a BB DTVM tem quatro produtos para os RPPS, e agora a gestora está apostando muito em dois deles: o BB Regime Arrojado, que tem 30% de crédito privado, e o fundo de ações lançado em junho, o BB Regime Próprio Ações Governança Previdenciário. “Nós ainda não capturamos toda a oportunidade que ele representa de fazer frente à concorrência com a Caixa.”
Fundos públicos – A CEF continua disparada na liderança dos recursos desse setor, com a BB DTVM na segunda posição, que registrou um crescimento considerável (de 65% em seis meses) por causa da incorporação da Nossa Caixa. Takahashi ressalva, porém, que a BB DTVM teve alta de 8% sobre a sua própria base de recursos, sem contar a integração do banco adquirido. “A capilaridade da rede e o modelo de atendimento do BB fazem com que nós estejamos muito próximos aos entes públicos em geral, que são bastante sensíveis a essa proximidade.Além disso, temos uma família de fundos de curto prazo bastante apropriados aos entes públicos”, explica o diretor. Ele observa que apesar de o banco ter uma presença forte no segmento, em São Paulo havia uma deficiência na capilaridade da rede do BB. Nesse ponto, a Nossa Caixa fará bastante diferença.